O futuro dos sistemas de batalha em Final Fantasy
Naoki Yoshida, produtor da renomada franquia Final Fantasy, recentemente abordou as especulações sobre um possível retorno ao sistema de combate por turnos que marcou os primeiros jogos da série. Em declarações que viralizaram entre os fãs, Yoshida admitiu não ter uma resposta definitiva sobre o assunto.
O que mais chamou atenção foi sua postura aberta: "Não quero limitar os responsáveis pelo próximo jogo", afirmou o produtor, sugerindo que cada equipe criativa deveria ter liberdade para explorar diferentes abordagens de gameplay.
O renascimento dos RPGs por turnos
O sucesso recente de títulos como Clair Obscur: Expedition 33 - considerado um dos maiores lançamentos de 2025 - reacendeu o debate sobre os sistemas de batalha tradicionais. O jogo, que adota um sistema de combate por turnos inspirado nos clássicos, demonstrou que há espaço no mercado para esse estilo de gameplay.
Será que esse fenômeno poderia influenciar a Square Enix a reconsiderar suas escolhas para futuros títulos de Final Fantasy? Yoshida parece manter a mente aberta, mas sem compromissos definitivos.
Evolução versus tradição
A franquia Final Fantasy passou por diversas transformações em seus sistemas de batalha ao longo dos anos:
Dos combates por turnos dos primeiros jogos
Para o sistema ATB (Active Time Battle) que marcou gerações
Até as abordagens mais action-oriented dos títulos recentes
Essa constante evolução sempre dividiu opiniões entre os fãs. Enquanto alguns celebram a inovação, outros anseiam por um retorno às mecânicas que os fizeram se apaixonar pela série.
O impacto das escolhas de gameplay na identidade da franquia
O debate sobre sistemas de batalha vai muito além de preferências pessoais - toca na própria identidade da série. Quando Final Fantasy XVI adotou um combate totalmente em tempo real, dirigido pelo mesmo estúdio responsável pela série Devil May Cry, a reação foi polarizada. Alguns viram como uma evolução natural, enquanto outros lamentaram a perda de elementos estratégicos característicos.
Yoshida reconhece essa dualidade: "Cada mudança radical afeta como os jogadores se relacionam com a franquia". Ele cita como exemplo o sistema Gambits de Final Fantasy XII, que permitia programar comportamentos da party - uma ponte interessante entre turnos e ação que poucos jogos exploraram desde então.
O fator nostalgia e as novas gerações
Curiosamente, a Square Enix parece estar testando diferentes abordagens em paralelo. Enquanto FFXVI mergulhou no action RPG, o remake de Final Fantasy VII adotou um sistema híbrido que combina elementos em tempo real com pausas táticas. Seria esse o caminho do meio que poderia agradar a ambos os públicos?
Dados de engajamento mostram que:
Jogadores mais jovens tendem a preferir sistemas de ação imediata
Fãs veteranos frequentemente expressam saudade da profundidade tática dos combates por turnos
Jogos como Octopath Traveler provam que há mercado para ambos os estilos
O desafio, segundo Yoshida, é equilibrar inovação com respeito às origens - especialmente quando a franquia completa quase quatro décadas. "Não existe fórmula mágica", admite, "mas cada equipe tenta honrar o espírito de Final Fantasy à sua maneira".
O papel dos spin-offs na experimentação
Vale lembrar que a Square Enix tem usado spin-offs como laboratório para testar mecânicas alternativas. Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin, por exemplo, apresentou um sistema de combate frenético inspirado em Dark Souls, enquanto World of Final Fantasy manteve um sistema de turnos tradicional com twist modernos.
Essa diversidade pode ser a chave para entender a relutância de Yoshida em definir um rumo único. "O que funciona para um projeto pode não funcionar para outro", reflete o produtor, destacando como diferentes subgêneros dentro do RPG permitem explorar variações no gameplay.
Com informações do: IGN Brasil