Diretor de Destiny 2 explica abordagem inovadora em The Edge of Fate
Em uma reveladora entrevista, Tyson Green, diretor de Destiny 2, compartilhou insights sobre o desenvolvimento da expansão The Edge of Fate. O que poderia parecer uma decisão arriscada - reinventar sistemas já estabelecidos - acabou se mostrando a abordagem mais eficiente para a equipe de desenvolvimento.
O paradoxo da inovação: menos trabalho, mais resultados
Green explicou que, contrariando a intuição comum, criar sistemas completamente novos exigiu menos esforço do que tentar ajustar mecânicas existentes. "De uma forma muito interessante, isso realmente reduz o trabalho", afirmou o diretor. Segundo ele, quando você começa do zero, evita todas as compensações e limitações de sistemas herdados.
O diretor brincou sobre seu papel como "polícia da diversão", precisando às vezes frear ideias muito ambiciosas da equipe. Mas essa abordagem também permitiu:
Criar recompensas mais significativas para jogadores solo
Implementar sistemas de progressão mais intuitivos
Desenvolver uma experiência coesa desde o início
Inspiração em Super Metroid e o futuro do jogo
Green revelou que The Edge of Fate foi, em parte, uma carta de amor ao clássico Super Metroid. A equipe buscou capturar aquela sensação de descoberta e progressão orgânica que marcou o jogo da Nintendo.

Crédiots: Nintendo
Para os fãs que se perguntam o que esperar, o diretor sugeriu que esta expansão representa uma nova fase para Destiny 2 - uma que privilegia a clareza de objetivos e a satisfação imediata, sem abandonar a profundidade que os jogadores esperam da franquia.
O desafio técnico por trás da reinvenção
Implementar mudanças tão profundas em um jogo já estabelecido como Destiny 2 não foi sem seus desafios. Green admitiu que houve momentos de tensão quando sistemas inteiros precisaram ser reconstruídos do zero. "Quando você remove um pilar fundamental, tudo desmorona temporariamente", explicou, comparando o processo a reformar uma casa enquanto ainda mora nela.
Mas essa abordagem radical permitiu resolver problemas crônicos que persistiam desde as primeiras versões do jogo. A equipe finalmente conseguiu:
Eliminar o famoso "vault space anxiety" com um novo sistema de armazenamento
Redesenhar a economia do jogo para reduzir a sensação de trabalho repetitivo
Criar uma progressão de personagem que respeita melhor o tempo dos jogadores
Lições aprendidas com erros passados
Green foi surpreendentemente aberto sobre os fracassos anteriores que levaram a essa nova abordagem. "Nós acumulamos tantas camadas de sistemas ao longo dos anos que às vezes nem nós entendíamos como tudo se encaixava", confessou. The Edge of Fate representa um esforço consciente para quebrar esse ciclo.
Um exemplo notável é o sistema de mods, que passou por várias iterações confusas. Agora, a equipe optou por uma abordagem mais direta, inspirada em jogos de cartas colecionáveis. "Às vezes a solução mais óbvia é a que você evita por muito tempo porque parece muito simples", refletiu Green.
O feedback da comunidade como catalisador
O diretor destacou como as críticas dos jogadores foram fundamentais para essa mudança de paradigma. "Quando você ouve a mesma reclamação por sete anos seguidos, talvez seja hora de considerar que não são os jogadores que estão errados", brincou Green, demonstrando uma rara humildade no meio dos games.
Os fãs mais atentos já podem notar algumas dessas mudanças na versão atual do jogo. O novo sistema de recompensas diárias, por exemplo, foi projetado para ser compreendido em 30 segundos - um contraste marcante com as complexas tabelas de drops das expansões anteriores.
Com informações do: PC Gamer