O legado esquecido da Larian antes de Baldur's Gate 3

Enquanto o mundo celebra o sucesso estrondoso de Baldur's Gate 3, poucos se lembram dos jogos menos aclamados da Larian Studios. Não estou falando de Divinity: Original Sin ou mesmo do esquecido Ego Draconis - há algo ainda mais mediano no catálogo da desenvolvedora que merece uma segunda chance.

Divinity: Dragon Commander

(Image credit: Larian)

O que torna um jogo 'okay' especial?

Na indústria dos games, onde ou você é um sucesso retumbante ou um fracasso completo, existe um espaço curioso para aqueles jogos que são... apenas okay. E a Larian tem um desses em seu histórico - um título que nunca brilhou, mas também nunca decepcionou verdadeiramente.

O que aconteceria se a equipe por trás de Baldur's Gate 3 revisitasse esse projeto com toda a experiência acumulada desde então? Será que o jogo mediano poderia se transformar em algo extraordinário?

  • Oportunidade de corrigir falhas de design originais

  • Aplicação de lições aprendidas com projetos mais ambiciosos

  • Chance de surpreender fãs que subestimaram o potencial do conceito

Por que não Divinity: Original Sin 3?

Todo mundo espera que o próximo passo da Larian seja Divinity: Original Sin 3. Mas e se a desenvolvedora surpreendesse a todos ao resgatar um projeto menos óbvio? Há algo poeticamente atraente em pegar um jogo que foi apenas 'bom o suficiente' e transformá-lo em algo memorável.

Divinity: Dragon Commander

(Image credit: Larian)

Afinal, Baldur's Gate 3 já provou que a Larian domina o RPG tático moderno. Talvez o verdadeiro desafio criativo esteja em elevar um conceito que nunca alcançou seu potencial máximo.

Um mergulho no catálogo esquecido da Larian

Entre os títulos menos comentados da Larian, um em particular se destaca pelo seu potencial inexplorado: Dragon Commander. Lançado em 2013, este híbrido estranho combinava estratégia em tempo real, RPG e até elementos de simulação política. A recepção foi morna - 73 no Metacritic - mas quantos jogos podem dizer que permitem jogar xadrez com um dragão enquanto debate reformas sociais?

O que torna Dragon Commander tão interessante para uma reformulação é justamente sua ambição desequilibrada. Enquanto muitos jogos se contentam em dominar um gênero, ele tentou ser três coisas ao mesmo tempo. Com os recursos e know-how atual da Larian, essa mistura peculiar poderia finalmente encontrar seu público.

Dragon Commander council

(Image credit: Larian)

Lições de Baldur's Gate 3 aplicáveis

Baldur's Gate 3 mostrou que a Larian domina a arte da narrativa ramificada e escolhas impactantes. Imagine essas mecânicas aplicadas ao sistema político de Dragon Commander, onde suas decisões afetavam diferentes facções. O que era superficial no original poderia se tornar um sistema complexo de alianças e consequências.

  • O sistema de moralidade simplista poderia evoluir para algo comparável à reputação em Baldur's Gate

  • Os diálogos poderiam ganhar a profundidade e variedade que tornaram os NPCs de BG3 memoráveis

  • As batalhas RTS, antes básicas, poderiam incorporar a tática espacial dos combates por turnos

E não são apenas as lições técnicas que importam. Baldur's Gate 3 provou que jogadores apreciam experiências densas e cheias de personalidade. Dragon Commander já tinha essa essência excêntrica - só precisava de mais espaço para respirar.

O fator surpresa como vantagem

Num mercado saturado de sequências e reboots previsíveis, há um valor inegável na surpresa. Enquanto todos especulam sobre Divinity: Original Sin 3, um retorno a Dragon Commander seria uma jogada ousada que poderia reacender o interesse pelo título original e atrair novos jogadores curiosos.

Afinal, quem não gostaria de ver o que a Larian de 2024 faria com um conceito que incluía desde batalhas aéreas como dragão até debates parlamentares com lobisomens comunistas? A estranheza criativa que tornou Baldur's Gate 3 especial já estava lá, em estado bruto, dez anos atrás.

Com informações do: PC Gamer