AMD defende as GPUs de 8GB para jogadores casuais

Frank Azor, executivo da AMD, levantou um ponto interessante em meio ao debate sobre placas de vídeo: a maioria dos jogadores ainda está usando monitores Full HD (1080p). Enquanto o mercado se concentra em GPUs cada vez mais poderosas, Azor lembra que há um grande público que não precisa de hardware topo de linha.

Placa de vídeo AMD Radeon

A realidade do jogador médio

Dados recentes do Steam Hardware Survey mostram que:

  • 65% dos usuários jogam em 1080p
  • Apenas 2,5% usam resolução 4K
  • Placas com 8GB de VRAM representam 30% do mercado

"Muitos falam como se 8GB fosse insuficiente, mas esquecem que a maioria não joga em ultra 4K", comentou Azor em entrevista. Ele tem razão - jogos como Valorant, Fortnite e League of Legends rodam perfeitamente em configurações mais modestas.

O dilema do custo-benefício

Com os preços das GPUs subindo constantemente, será que faz sentido pagar mais por recursos que você nem vai usar? Para quem:

  • Tem monitor 1080p
  • Não pretende fazer streaming profissional
  • Joga principalmente títulos competitivos ou mais antigos

Uma placa intermediária pode ser a escolha mais inteligente. Afinal, por que gastar em potência que ficará ociosa?

O mito da obsolescência acelerada

Um argumento comum contra as GPUs de 8GB é que elas se tornarão obsoletas rapidamente. Mas será que isso realmente reflete a realidade? Analisando os últimos 5 anos:

  • Jogos como Cyberpunk 2077 e Red Dead Redemption 2, considerados exigentes, rodam em 1080p com configurações médias em placas de 8GB
  • Engines como Unreal 5 e Unity estão otimizando melhor o uso de VRAM
  • A adoção massiva de consoles como PS5 e Xbox Series S (que têm equivalência a GPUs de 8GB) mantém os jogos acessíveis

"Há uma diferença entre o que é ideal e o que é necessário", observa Azor. "Para muitos jogadores, 60fps estáveis em 1080p são mais que suficientes."

O impacto no bolso do consumidor

Enquanto uma RTX 4090 pode custar mais de R$ 10.000, placas como a RX 6600 (8GB) estão disponíveis por cerca de R$ 1.500. Essa diferença de preço permite:

  • Investir em outros componentes do PC, como SSD ou processador
  • Ter dinheiro sobrando para comprar mais jogos
  • Atualizar o sistema mais frequentemente

Para estudantes ou quem tem orçamento limitado, essa economia faz toda a diferença. Afinal, qual é o sentido de ter uma Ferrari se você só anda na cidade?

Casos onde 8GB realmente não bastam

É claro que há situações onde placas mais potentes são necessárias. Se você:

  • Trabalha com renderização 3D ou edição de vídeo
  • Quer jogar em ultrawide 1440p ou 4K
  • Usa mods pesados ou texture packs

Nesses cenários, investir em mais VRAM faz sentido. Mas esses usuários representam uma minoria - a AMD estima que menos de 15% dos jogadores se encaixam nesse perfil.

O futuro das GPUs intermediárias

Com a chegada de tecnologias como FSR 3 e Frame Generation, as placas de entrada e intermediárias estão ganhando sobrevida. Algumas tendências interessantes:

  • Otimizações específicas para GPUs com menos VRAM nos jogos mais novos
  • Adoção crescente de técnicas de upscaling inteligente
  • Jogos sendo desenvolvidos pensando também nos consoles atuais

"O mercado precisa de opções para todos os bolsos", defende Azor. "Não faz sentido forçar todo mundo a comprar o topo de linha." E considerando que muitos ainda jogam em laptops integrados, até uma GPU básica dedicada já é um grande upgrade.

Com informações do: PC Gamer