AMD surpreende com linha Z2: mistura de gerações em APUs para portáteis
A AMD está causando confusão no mercado de PCs portáteis para jogos com sua nova família de APUs Ryzen Z2. A linha agora inclui nada menos que quatro gerações diferentes de processadores - uma estratégia no mínimo incomum para quem esperava apenas novidades.

(Image credit: AMD)
O que sabemos sobre os novos chips
Entre os destaques está um modelo premium com NPU dedicado para tarefas de IA, claramente voltado para competir com as recentes inovações da Intel e Apple nessa área. Mas o que realmente chamou atenção foi a inclusão de um chip que parece ser o mesmo usado no Steam Deck da Valve - um processador já considerado antigo pelo ritmo acelerado do setor.
Especialistas questionam a estratégia da AMD:
Por que lançar tantas gerações simultaneamente?
Como isso afeta a compatibilidade e otimização de jogos?
Qual o real benefício do NPU em dispositivos focados em jogos?
Impacto no mercado de portáteis
Essa abordagem incomum pode ter várias explicações. Alguns analistas sugerem que a AMD está tentando cobrir todos os segmentos de preço de uma só vez, desde dispositivos de entrada até modelos premium. Outros veem isso como um sinal de que a transição para novas arquiteturas está enfrentando desafios.
Para desenvolvedores de jogos, essa fragmentação pode significar mais trabalho para otimizar títulos para diferentes configurações. Já os consumidores terão que navegar por um cenário mais complexo na hora de escolher seu próximo portátil.
Detalhes técnicos que explicam a estratégia
Analisando mais a fundo as especificações, fica claro que a AMD está tentando resolver um problema específico do mercado: a enorme variação de necessidades entre os usuários de portáteis. O chip com NPU, identificado como Ryzen Z2 Extreme, oferece 12 núcleos Zen 4 e uma GPU RDNA 3.8 com 16 unidades de computação - números impressionantes para um dispositivo móvel.
Por outro lado, o modelo que lembra o Steam Deck (Ryzen Z2 Standard) mantém os 4 núcleos Zen 2 e 8 unidades RDNA 2. A diferença de desempenho entre os extremos da linha Z2 é abismal:
Até 3x mais desempenho em tarefas single-thread
Quase 5x o poder gráfico nos benchmarks iniciais
Suporte a tecnologias como ray tracing apenas nos modelos superiores
O dilema do NPU em dispositivos de jogos
A inclusão de uma unidade de processamento neural nos modelos topo de linha levanta questões interessantes. Embora a AMD afirme que o NPU pode ser usado para recursos como upscaling de imagem e redução de latência, muitos especialistas duvidam que os desenvolvedores aproveitem esse hardware no curto prazo.
"Estamos vendo uma corrida pelo marketing de IA", comenta Ricardo Silva, analista de hardware. "Para jogos atuais, esse NPU provavelmente ficará ocioso na maioria dos casos. A AMD está pensando no futuro, mas será que os consumidores vão pagar por tecnologia que talvez só seja relevante daqui a 2 ou 3 anos?"
O fantasma do Steam Deck
A decisão de incluir o que parece ser o mesmo chip do Steam Deck original é particularmente intrigante. Por um lado, mostra que a AMD reconhece o sucesso da fórmula da Valve - desempenho suficiente para jogos atuais com consumo energético otimizado para portáteis.
Mas por outro, levanta dúvidas sobre até que ponto a empresa está disposta a inovar. "É como se a AMD dissesse: 'Se não está quebrado, não conserte'", brinca Mariana Costa, editora de um site especializado. "Só que no mundo da tecnologia, ficar parado normalmente significa ficar para trás."
Rumores sugerem que essa versão mais básica pode ter um custo de produção significativamente menor, permitindo que fabricantes ofereçam dispositivos abaixo dos US$ 400 - um preço crítico para competir com o Nintendo Switch e possíveis sucessores.
Com informações do: PC Gamer