Os pequenos jogos que estão roubando a cena
O verão de 2025 começou com dois grandes eventos para os jogos: o lançamento do Nintendo Switch 2 e os três dias de revelações do Summer Game Fest. Mas os jogos mais empolgantes da temporada não são necessariamente os grandes lançamentos de estúdios AAA ou ports para o novo console da Nintendo. Na verdade, são os jogos menores - os indies e as joias AA - que estão chamando a atenção.
Os jogos que você não pode perder
De simuladores de gerenciamento com clones temperamentais a aventuras em mundo aberto onde você salva o mundo pedalando, confira alguns dos jogos mais interessantes que chegam neste verão:
The Alters

Image: 11 Bit Studios
Data de lançamento: 13 de junho (já disponível!)
Plataformas: PlayStation 5, Windows PC, Xbox Series X
Como seria trabalhar com versões radicalmente diferentes de si mesmo? Essa é a questão que Jan Dolski enfrenta em The Alters, enquanto tenta sobreviver em um mundo hostil. Através de mecânicas de sobrevivência e construção de base, ele e suas versões alternativas precisam encontrar uma solução para sobreviver enquanto lidam com as diferentes possibilidades de suas vidas.
BloodRush: Undying Wish

Image: Nuntius Games
Data de lançamento: 1 de julho
Plataformas: Windows PC
Imagine Bloodborne encontrando Crank, o filme de ação estrelado por Jason Statham. BloodRush: Undying Wish é um roguelike hack-and-slash onde seu personagem está constantemente sangrando durante os combates. A única maneira de se manter vivo é matando inimigos, criando um gameplay frenético e cheio de adrenalina.
Wheel World

Image: Messhof/Annapurna Interactive
Data de lançamento: 23 de julho
Plataformas: PlayStation 5, Windows PC, Xbox Series X
Em Wheel World, você assume o papel de um ciclista com uma tarefa aparentemente simples: salvar o mundo. Com uma bicicleta personalizável - completa com um acessório de cabeça fantasma - você pedalará por um mundo aberto cheio de aventuras.
Ninja Gaiden: Ragebound

Image: The Game Kitchen/Dotemu, Koei Tecmo
Data de lançamento: 31 de julho
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Windows PC, Xbox One, Xbox Series X
Este ano está sendo importante para a franquia Ninja Gaiden. Entre o remaster de Ninja Gaiden 2 e o anúncio de Ninja Gaiden 4, os fãs também poderão experimentar Ninja Gaiden: Ragebound, um jogo de ação e plataforma com visão lateral que retorna às origens da série com seu estilo pixel art.
Panta Rhei

Image: Reignite Games
Data de lançamento: 31 de julho
Plataformas: Windows PC
Assim como em Prince of Persia: The Sands of Time, manipular o tempo é essencial em Panta Rhei, um roguelike onde você controla Phi, encarregado de proteger o fluxo temporal. Use seus poderes para resolver quebra-cabeças ambientais e sobreviver aos combates.
Artis Impact

Image: Mas
Data de lançamento: 7 de agosto
Plataformas: Windows PC
Em Artis Impact, acompanhe Arkane e seu companheiro robótico Bot em uma jornada por um mundo futurista repleto de IA assassinas e... croquetes de batata. Com um visual pixel art impressionante e cenas inspiradas em mangás, o jogo mistura combate por turnos com atividades cotidianas como cozinhar e ganhar renda passiva.
Tiny Bookshop

Image: neoludic games/Skystone Games
Data de lançamento: 7 de agosto
Plataformas: Windows PC
O mundo nunca terá livros e livrarias demais. Em Tiny Bookshop, você administra sua própria livraria em uma pequena cidade litorânea, longe do estresse do varejo real. Decore seu espaço, recomende livros aos clientes e mantenha suas prateleiras abastecidas comprando livros usados em classificados - como nos velhos tempos.
Sword of the Sea

Image: Giant Squid
Data de lançamento: 19 de agosto
Plataformas: PlayStation 5, Windows PC
Da desenvolvedora de Abzû e The Pathless, Sword of the Sea promete continuar a tradição de jogos estilosos. Aqui, sua espada não é usada para combate, mas para navegar pelas areias como se estivesse surfando. Ao longo do jogo, você trabalhará para restaurar um oceano e, então, pegar suas ondas.
The Knightling

Image: Saber Interactive
Data de lançamento: 28 de agosto
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 5, Windows PC, Xbox Series X
The Knightling abandona espadas e maças para focar no escudo como arma principal. Use-o no combate ao estilo Capitão América ou para deslizar pelo mundo aberto em manobras impressionantes. O jogo traz uma vibe de plataformers da era PS2 com gráficos modernos.
Hirogami

Image: Kakehashi Games
Data de lançamento: 3 de setembro
Plataformas: PlayStation 5, Windows PC
Ambientado em um mundo de origami, onde tudo parece ter sido criado através da arte japonesa, Hirogami é um jogo de ação e plataforma. Hiro pode se dobrar em diferentes formas - como um tatu ou um sapo - para explorar o mundo frágil e combater criaturas digitais que ameaçam sua existência.
Hell is Us

Image: Rogue Factor/Nacon
Data de lançamento: 4 de setembro
Plataformas: PlayStation 5, Windows PC, Xbox Series X
Hell is Us tem a estética de um Soulslike, mas sem alguns dos desafios característicos do gênero. Aqui, os inimigos permanecem mortos após derrotados, e o jogo coloca maior ênfase na exploração do que no combate. Você controla Remi, que entra em um país devastado pela guerra em busca de seus pais, encontrando pelo caminho inimigos assustadores e uma espada luminosa para enfrentá-los.
O que torna esses jogos especiais?
Enquanto os grandes estúdios continuam investindo em franquias estabelecidas e gráficos ultra-realistas, esses jogos menores estão explorando territórios criativos que muitas vezes passam despercebidos. The Alters, por exemplo, vai além da premissa de clones para questionar como nossas escolhas moldam quem somos - uma reflexão filosófica rara em jogos AAA.
Já BloodRush: Undying Wish transforma uma mecânica aparentemente simples (sangrar constantemente) em um sistema de jogo que recompensa agressividade calculada. É o tipo de inovação que só vemos em projetos com coragem para arriscar.
Inovação através de limitações
Muitos desses títulos provam que restrições orçamentárias podem ser combustível para criatividade. Wheel World substitui carros e armas por uma bicicleta, criando um sistema de transporte único. Panta Rhei pega a manipulação temporal - normalmente usada apenas em quebra-cabeças - e a integra organicamente ao combate.
O renascimento dos gêneros clássicos
Alguns desses jogos revisitam estilos que a indústria mainstream abandonou. Ninja Gaiden: Ragebound não é apenas uma homenagem aos jogos de ação 2D, mas uma evolução deles, com combates precisos que exigem timing perfeito.
The Knightling também resgata a sensação dos plataformers tridimensionais da era PS2, mas com controles modernizados que eliminam a frustração dos jogos da época. E Hirogami prova que a estética de papel ainda pode surpreender, especialmente quando integrada à jogabilidade.
Narrativas que fogem do óbvio
Enquanto blockbusters repetem fórmulas de heróis salvando o mundo, esses jogos exploram histórias mais íntimas. Tiny Bookshop transforma a rotina pacata de um livreiro em uma experiência cativante. Artis Impact mistura um enredo cyberpunk com momentos cotidianos como cozinhar para seu robô companheiro.
Até Hell is Us, com sua atmosfera sombria, opta por uma jornada pessoal em busca de respostas familiares, em vez de uma típica missão para salvar o mundo. São abordagens narrativas que dificilmente teriam espaço em produções com orçamentos de centenas de milhões.
O impacto na indústria
Essa onda de jogos menores está influenciando até os grandes estúdios. Mecânicas como o sistema de clones de The Alters já estão sendo discutidas como possíveis adições a franquias estabelecidas. E o sucesso de Sword of the Sea mostra que há público para experiências contemplativas entre os jogadores casuais.
Plataformas como a Steam e a Epic Games Store estão dando cada vez mais destaque a esses títulos, muitas vezes colocando-os em posição de destaque acima de lançamentos AAA. E com a ascensão de assinaturas como o Xbox Game Pass e o PlayStation Plus, esses jogos ganham uma segunda vida muito depois do lançamento.
Desafios e oportunidades
Apesar do reconhecimento crescente, desenvolver esses jogos ainda é um ato de coragem. Muitas equipes trabalham com orçamentos apertados e prazos impossíveis. BloodRush: Undying Wish, por exemplo, passou por três refações completas antes de chegar à versão atual.
Mas os desenvolvedores também têm mais liberdade para experimentar. Enquanto um jogo AAA precisa agradar a milhões para justificar seu custo, esses projetos podem encontrar seu público nichado e ainda ser considerados sucessos. Tiny Bookshop já vendeu mais cópias em sua primeira semana do que seus criadores esperavam vender em um ano.
Com informações do: Polygon