O equilíbrio entre o belo e o inquietante em Limveld
O artista conceitual por trás de Elden Ring Nightreign revelou os segredos por trás da criação de Limveld, um mundo que consegue ser ao mesmo tempo familiar e profundamente perturbador. A abordagem foi criar ambientes que inicialmente parecem convidativos, quase nostálgicos, mas que gradualmente revelam sua natureza inquietante.
"Queríamos que os jogadores se sentissem atraídos pela beleza de Limveld, mas também que percebessem que algo não estava totalmente certo", explicou o artista em entrevista exclusiva. Essa dualidade é alcançada através de detalhes sutis na arquitetura, iluminação e disposição dos elementos do cenário.
Um novo mapa para uma nova jornada
Limveld não é simplesmente uma reimaginação das localizações originais de Elden Ring. Trata-se de um território completamente novo, projetado para oferecer uma experiência distinta enquanto mantém a essência do universo do jogo. O desafio foi criar algo que sentisse como parte do mesmo mundo, mas com sua própria identidade.
O artista compartilhou que a inspiração veio de diversas fontes:
Arquitetura gótica tardia com elementos distorcidos
Paisagens naturais que parecem "respirar" de forma quase orgânica
Uma paleta de cores que muda sutilmente conforme o jogador explora
O que mais surpreende é como esses elementos se combinam para criar uma sensação de desconforto crescente. Você já entrou em um lugar que parecia seguro à primeira vista, mas que aos poucos começou a lhe causar ansiedade? Limveld captura exatamente essa experiência.
A arquitetura que conta histórias silenciosas
Os edifícios de Limveld não são meros cenários - são narradores silenciosos da história do mundo. O artista revelou que cada estrutura foi meticulosamente projetada para sugerir uma civilização que já floresceu, mas que agora está em um estado de decadência peculiar. "As paredes parecem respirar quando você não está olhando diretamente para elas", brincou o conceitualista, destacando o cuidado com os detalhes quase imperceptíveis.
O que torna essa abordagem particularmente eficaz é o uso de:
Padrões arquitetônicos que se repetem, mas com pequenas distorções
Texturas que parecem mudar de acordo com o ângulo de visão
Elementos decorativos que lembram órgãos ou estruturas biológicas
A iluminação como personagem
Se há um elemento que define a atmosfera única de Limveld, é sem dúvida o tratamento da luz. Ao contrário dos jogos tradicionais que usam iluminação dramática para criar tensão, aqui a abordagem é mais sutil e, por isso, mais perturbadora. "Queríamos que a luz parecesse viva", explicou o artista. "Ela se comporta de maneiras que desafiam a física - projetando sombras erradas, mudando de temperatura sem motivo aparente."
Essa técnica cria momentos em que o jogador começa a questionar se o que está vendo é real ou produto de sua imaginação. Já aconteceu de você jurar ter visto algo se mover no canto do seu olho, apenas para descobrir que não havia nada lá? Limveld reproduz essa sensação com maestria.
A fauna que observa mais do que ataca
Os criadores optaram por uma abordagem incomum para a vida selvagem de Limveld. Em vez de monstros claramente hostis, muitos dos seres simplesmente observam o jogador de longe, seguindo seus movimentos com um interesse quase científico. "São criaturas que parecem estar estudando você tanto quanto você as estuda", comentou o artista.
Esse design de inimigos cria uma dinâmica única:
Ameaças que não atacam imediatamente, mas cuja presença constante gera tensão
Padrões de comportamento que desafiam as expectativas dos jogadores experientes
Um ecossistema que parece reagir à passagem do jogador de maneiras imprevisíveis
O resultado é um mundo que se sente verdadeiramente vivo - e possivelmente consciente de sua presença. Você já teve a sensação de estar sendo observado por algo que não consegue ver claramente? Em Limveld, essa pode não ser apenas paranoia.
Com informações do: IGN Brasil
