Como 'Final Destination Bloodlines' se tornou o melhor filme da franquia
Os diretores Zach Lipovsky e Adam Stein falam sobre o desenvolvimento do filme de terror, agora nos cinemas.

Adam Stein e Zach Lipovsky no set de Final Destination Bloodlines. Imagem: Warner Bros.
Zach Lipovsky e Adam Stein estavam literalmente morrendo de vontade de fazer Final Destination Bloodlines. Quando a dupla de diretores apresentou sua visão para o filme via Zoom, eles criaram uma ilusão onde, durante a apresentação, cada um foi "morto" de maneiras absurdas, típicas da franquia. Essa foi a centelha que lhes garantiu o trabalho, e agora o filme finalmente está nos cinemas.
Uma jornada de duas décadas
Esse tipo de inovação era esperado da dupla, que se conheceu como competidores no reality show produzido por Steven Spielberg, On the Lot. Eles não venceram, mas se tornaram amigos e desde então vêm subindo na indústria. Já trabalharam em filmes das franquias Dead Rising e Leprechaun, fizeram um excelente filme de super-herói chamado Freaks, e até o filme da Disney Kim Possible. Mas agora, quase 20 anos depois de se conhecerem, Lipovsky e Stein têm seu primeiro grande lançamento de Hollywood.

Stein e Lipovsky fazendo sua melhor impressão de Sam Raimi - Warner Bros.
Reinventando a fórmula
O filme introduz uma nova abordagem para a premissa clássica da franquia, focando em uma família amaldiçoada pela morte. Os diretores explicam como trabalharam com o conceito original de Jon Watts (Homem-Aranha: Sem Volta para Casa) e o transformaram em algo fresco e surpreendente.
"Queríamos que os fãs da franquia imediatamente percebessem que este filme era diferente", diz Lipovsky. "Mas ao mesmo tempo, mantivemos todas as regras que os fãs amam."

Anna Lore na cena do churrasco. - Warner Bros./New Line
Efeitos práticos e homenagens
A dupla priorizou efeitos práticos sempre que possível, seguindo o que chamam de "escola Guillermo del Toro de filmagem". Eles também incluíram várias referências e easter eggs para os fãs da série, incluindo uma homenagem emocionante ao ator Tony Todd, que faleceu recentemente.
"Trabalhar com Tony foi uma experiência incrível", compartilha Stein. "Ele estava determinado a fazer parte deste filme, mesmo estando doente. Sua última cena é uma mensagem direta ao público sobre a preciosidade da vida."

Tony Todd com o elenco e equipe de Bloodlines. - Warner Bros./New Line
O desafio de equilibrar novidade e tradição
Um dos maiores desafios para os diretores foi encontrar o equilíbrio perfeito entre inovar e respeitar a mitologia estabelecida nos cinco filmes anteriores. "Assistimos todos os filmes da franquia repetidamente, anotando cada regra da morte", revela Lipovsky. "Mas também queríamos expandir esse universo de maneiras que ninguém esperava."
Eles desenvolveram um sistema onde a maldição agora pode ser herdada geneticamente, o que explica por que a família do protagonista está sendo perseguida pela morte. "Isso nos permitiu explorar temas de destino versus livre arbítrio de forma mais profunda", explica Stein. "E também criou oportunidades para cenas de morte em diferentes períodos históricos, mostrando como a maldição afetou os ancestrais da família."
Uma das sequências históricas do filme - Warner Bros./New Line
O processo criativo das mortes
As icônicas sequências de morte da franquia receberam um tratamento especial em Bloodlines. A dupla de diretores criou um "mural da morte" em seu escritório, onde colavam ideias absurdas que iam refinando ao longo dos meses. "Queríamos que cada morte contasse uma pequena história", diz Lipovsky. "Algumas são hilárias, outras são genuinamente perturbadoras - mas todas têm uma lógica interna."
Um exemplo é a cena do churrasco que se tornou viral nos trailers. "Aquela sequência levou três meses para ser coreografada", revela Stein. "Cada garfo, cada pedaço de carne, cada reflexo no vidro foi planejado para criar um efeito dominó perfeito. E usamos 90% de efeitos práticos - o ator realmente teve que pular através de uma janela em chamas."
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Morte mais inusitada: Um acidente envolvendo um aquário e um saxofone
Morte cortada: Uma cena no metrô considerada "tão brutal que assustou os executivos"
O legado de Tony Todd
A participação de Tony Todd como William Bludworth foi uma das partes mais emocionantes da produção. Os diretores revelam que o ator, já debilitado pela doença, insistiu em fazer suas próprias cenas de ação. "Ele nos disse que queria que esse fosse seu presente para os fãs", lembra Lipovsky com voz embargada.
Uma cena em particular - onde Bludworth explica a natureza cíclica da morte - foi improvisada por Todd no set. "Aquilo foi pura magia", diz Stein. "Ele trouxe uma profundidade ao personagem que nem mesmo estava no roteiro. Quando terminou, toda a equipe aplaudiu de pé."
O filme inclui uma dedicatória especial a Todd nos créditos finais, junto com uma mensagem codificada que os fãs atentos poderão decifrar. "Era importante para nós honrar não apenas o personagem, mas o homem por trás dele", explica Stein.
O futuro da franquia
Com o sucesso crítico e comercial de Bloodlines, os diretores já estão em conversas para continuar expandindo o universo. "Temos ideias para pelo menos mais três filmes", revela Lipovsky. "Uma prequela mostrando as origens da maldição, um filme focado em outra família amaldiçoada, e até uma possível série de TV."
Eles também mencionam planos para um crossover inesperado. "Não posso dar detalhes, mas estamos trabalhando com outra grande franquia de terror", brinca Stein. "Imagine o que aconteceria se a morte decidisse visitar Crystal Lake ou Elm Street..."
Os diretores já planejam o futuro da franquia - Warner Bros.
Com informações do: gizmodo