O ator de Murderbot e sua preferência por efeitos práticos

Alexander Skarsgård, conhecido por seus papéis intensos e físicos impressionantes, recentemente compartilhou os desafios únicos de interpretar Murderbot na nova adaptação. Ao contrário de muitos personagens futuristas que dependem pesadamente de CGI, Skarsgård optou por uma abordagem mais prática - e isso significava passar horas diárias na cadeira de maquiagem.

"Foram várias horas de preparação todos os dias", revelou o ator em entrevista. "Mas há uma autenticidade que você simplesmente não consegue replicar com efeitos digitais."

Por que efeitos práticos fazem diferença

Skarsgård, que já trabalhou com ambos os tipos de efeitos ao longo de sua carreira, explica que a escolha por maquiagem prostética e efeitos práticos não foi apenas uma decisão estética:

  • Permite reações físicas mais genuínas dos outros atores

  • Cria uma presença física real no set

  • Facilita a imersão do próprio ator no personagem

  • Resulta em performances mais orgânicas e menos dependentes de pós-produção

"Quando você está lá, com aquela aparência, com aquela textura na pele, isso muda completamente como você se move e como os outros reagem a você", reflete Skarsgård. "É uma experiência completamente diferente de atuar contra uma tela verde."

O renascimento dos efeitos práticos em Hollywood

Nos últimos anos, temos visto um movimento interessante em Hollywood. Enquanto a tecnologia CGI continua avançando, muitos cineastas e atores estão redescobrindo o valor dos efeitos práticos. Filmes como The Batman e séries como The Last of Us têm equilibrado habilmente os dois mundos.

Skarsgård parece fazer parte dessa onda: "Há espaço para ambos, claro. Mas existe algo mágico em ver o personagem tomar forma diante dos seus olhos, não apenas meses depois em uma sala de edição."

O ator também mencionou que o processo demorado de transformação diária acabou se tornando uma espécie de ritual que o ajudou a entrar no personagem. "Aquela cadeira de maquiagem virou meu espaço de transição entre Alexander e Murderbot", compartilhou.

O processo meticuloso por trás da transformação

Os detalhes da maquiagem prostética de Murderbot revelam o nível de artesanato envolvido. Segundo a equipe de efeitos especiais, foram necessárias mais de 20 peças individuais para criar a aparência robótica do personagem. "Cada componente tinha que ser aplicado com precisão milimétrica", explica o maquiador chefe. "Um desalinhamento de meio milímetro seria visível nas cenas de close."

Skarsgård descreve o processo como quase meditativo: "Nos primeiros dias era desconfortável, mas depois você entra num ritmo. A equipe se torna como uma família, e há algo quase terapêutico em ficar imóvel por horas enquanto eles trabalham."

Quando o CGI ainda tem seu lugar

Apesar de sua preferência por efeitos práticos, Skarsgård reconhece que certas cenas exigiam intervenção digital. "Há momentos em que seu personagem precisa fazer coisas fisicamente impossíveis, e é aí que a tecnologia brilha", admite. "Mas tentamos usar CGI apenas para complementar, não para substituir."

O diretor da produção acrescenta: "Para cenas de ação complexas ou quando Murderbot demonstra habilidades sobre-humanas, obviamente recorremos aos efeitos digitais. Mas sempre partindo de uma base física sólida."

O impacto na dinâmica entre os atores

Colegas de elenco relatam que a escolha por efeitos práticos transformou completamente a química nas cenas. "Quando você está atuando com Alexander como Murderbot, você está vendo exatamente o que aparecerá na tela final", diz uma atriz coadjuvante. "Isso elimina aquela desconexão que às vezes acontece quando você precisa imaginar o personagem."

Skarsgård concorda: "Percebi que meus colegas reagiam de maneira diferente quando eu estava completamente caracterizado. Havia um nível de tensão ou admiração que simplesmente não surgia durante os ensaios sem a maquiagem."

O debate sobre tempo versus qualidade

Alguns na produção inicialmente questionaram se o extenso tempo diário de preparação valia a pena. "É um investimento significativo", admite um produtor. "Mas quando você vê o resultado na tela, entende por que insistimos nessa abordagem."

O ator reflete sobre esse equilíbrio: "Claro que acordar às 3 da manhã para começar a maquiagem não é exatamente divertido. Mas no final do dia, se isso significa uma performance mais autêntica, então cada minuto vale a pena."

Curiosamente, o processo acabou influenciando até o roteiro. "Começamos a escrever cenas que exploravam mais a fisicalidade do personagem", revela um dos roteiristas. "Quando você tem um ator capaz de transmitir tanta expressão através da maquiagem, quer aproveitar ao máximo isso."

Com informações do: Cinema Blend