Uma Jóia do Shoujo Ganha Nova Vida na Netflix
Desde sua primeira publicação em 1972, A Rosa de Versalhes, obra-prima de Riyoko Ikeda, tem sido celebrada como um marco do gênero shoujo. A história da aristocrata Oscar François de Jarjayes, criada como homem para comandar a guarda real francesa, mistura drama histórico, revolução e questões de gênero de forma pioneira. Agora, a Netflix e o estúdio MAPPA trazem uma nova adaptação em formato de filme, que promete reviver esse clássico para uma nova geração.
O Legado de uma Obra Revolucionária
Originalmente serializado na revista Margaret, o mangá de Ikeda foi inovador por:
Apresentar uma protagonista andrógina em um contexto histórico real
Explorar temas LGBTQ+ décadas antes disso se tornar comum
Mesclar romance de corte com crítica social
Popularizar o visual "bishoujo" (garotas bonitas) no mangá
A primeira adaptação para anime em 1979, com 40 episódios, permitiu um desenvolvimento mais aprofundado dos personagens e do contexto histórico da Revolução Francesa. Já a versão da Netflix condensa essa narrativa complexa em pouco mais de 90 minutos.
Análise da Nova Adaptação
O filme apresenta animação deslumbrante, com:
Designs de personagens fiéis ao original mas com traços modernos
Sequências musicais surpreendentes
Efeitos visuais que remetem ao estilo rococó
No entanto, a condensação da trama gera problemas narrativos. Relacionamentos cruciais, como a amizade entre Oscar e Maria Antonieta, são mostrados de forma apressada. Segundo Petrana Radulovic, crítica da Polygon, "a adaptação funciona mais como um 'melhores momentos' do que como uma narrativa coesa".
Onde Encontrar as Outras Versões
Para quem deseja explorar melhor este universo:
O mangá original está disponível em português pela editora NewPOP
O anime clássico de 1979 pode ser assistido no Pluto TV
O filme musical de 2025 está exclusivo na Netflix
Embora a versão da Netflix possa decepcionar puristas, ela serve como porta de entrada para um clássico que merece ser redescoberto. A riqueza temática de A Rosa de Versalhes - que aborda desde a luta de classes até a liberdade de gênero - permanece surpreendentemente atual, mesmo cinco décadas após sua criação.
Com informações do: Polygon