Compositor revela uso inédito de inteligência artificial na trilha sonora
Naruyoshi Kikuchi, responsável pela trilha musical do novo filme Assim Falava Kishibe Rohan: No Confessionário, causou surpresa ao revelar que todas as faixas originais foram criadas exclusivamente com inteligência artificial generativa. Em declaração nas redes sociais, o compositor afirmou que esta é a primeira trilha sonora completa de um filme de entretenimento global produzida integralmente por IA.

O que isso significa para o futuro da composição musical no cinema? Kikuchi parece acreditar que estamos diante de uma revolução: "Com o nível atual da tecnologia de IA generativa, agora é possível criar músicas que soam como se fossem tocadas e cantadas por humanos", explicou o músico.
Experiências anteriores e evolução tecnológica
Em entrevista publicada no material promocional do filme, Kikuchi detalhou que já havia experimentado a tecnologia em trabalhos anteriores da franquia - incluindo um episódio da 3ª temporada da série live-action e no filme Rohan no Louvre. Porém, desta vez a abordagem foi mais abrangente.
O compositor enfatizou que a produção não tinha intenções artísticas experimentais: "Não tínhamos a intenção de conduzir algum tipo de experimento musical de inclinação artística", afirmou, destacando o caráter de entretenimento do projeto.
O filme e seu contexto
Assim Falava Kishibe Rohan: No Confessionário estreou nos cinemas japoneses em 23 de maio, com Issei Takahashi reprisando seu papel como o excêntrico mangaká Kishibe Rohan. A produção adapta o primeiro volume do spin-off de JoJo's Bizarre Adventure, obra icônica de Hirohiko Araki.
Enquanto o filme conquista o público japonês, a revelação sobre sua trilha sonora gera debates sobre o papel da IA na criação artística. Será que outros estúdios seguirão o exemplo? E como os fãs receberão essa novidade tecnológica aplicada a uma franquia tão querida?
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Fonte: JoJo's Bizarre Encyclopedia
Reações mistas da indústria e dos fãs
A revelação sobre o uso de IA na trilha sonora gerou reações polarizadas. Enquanto alguns fãs demonstraram entusiasmo com a inovação tecnológica, outros expressaram preocupação com o que chamaram de "desumanização da arte". Nas redes sociais, hashtags como #AIMusicDebate e #SaveHumanArtists começaram a ganhar tração.
Curiosamente, muitos ouvintes admitiram não ter percebido diferença na qualidade musical antes da revelação. "Se não tivessem dito, eu juraria que foi composta e tocada por humanos", comentou um usuário no Twitter após ouvir trechos da trilha.
O processo criativo por trás da IA musical
Kikuchi explicou que o sistema de IA usado não se limitava a recombinar samples existentes. A tecnologia empregada era capaz de gerar melodias, harmonias e até letras originais com base em diretrizes específicas. "Fornecemos referências emocionais e atmosféricas, e a IA desenvolveu composições que se encaixavam perfeitamente em cada cena", revelou.
O processo envolveu:
Análise detalhada do roteiro e storyboards
Definição de paletas sonoras para personagens e situações
Geração de múltiplas variações para cada trecho musical
Seleção e refinamento manual das melhores opções
Surpreendentemente, o tempo de produção foi significativamente menor que o método tradicional. O que normalmente levaria meses foi concluído em semanas, sem comprometer a qualidade - pelo menos segundo os padrões do estúdio.
Implicações para compositores e músicos
A notícia levantou questões sobre o futuro profissional dos artistas musicais. Alguns especialistas argumentam que a IA pode se tornar uma ferramenta valiosa, enquanto outros temem a substituição de trabalhos humanos.
Em um fórum de compositores de trilhas sonoras, a discussão se acirrou. "Isso não é diferente da introdução de sintetizadores nos anos 80", defendeu um participante. "Exceto que sintetizadores ainda exigiam habilidade humana para operar", rebateu outro.
Kikuchi, por sua vez, minimizou as preocupações: "A IA é apenas uma ferramenta. O ouvido humano e a sensibilidade artística ainda são essenciais para guiar o processo". Ele comparou seu papel ao de um maestro, moldando e direcionando a criatividade algorítmica.
O paradoxo tecnológico de JoJo's
Há uma ironia notável no uso pioneiro de IA em uma franquia que frequentemente explora temas de humanidade e individualidade. Kishibe Rohan, o protagonista, é conhecido por sua personalidade excêntrica e visão única do mundo - qualidades tipicamente associadas à genialidade humana.
Fãs mais antigos lembram que Hirohiko Araki, criador de JoJo's, sempre valorizou o toque humano em sua arte. Seus desenhos são famosos por imperfeições deliberadas e um estilo visceral que muitos consideram impossível de replicar digitalmente. Como essa filosofia se reconcilia com a trilha sonora gerada por IA?
Talvez a resposta esteja na própria natureza mutável da arte. Assim como os Stands em JoJo's evoluem com seus usuários, as ferramentas criativas também se transformam. A questão que permanece é: até que ponto essa evolução preserva a essência que faz arte ser arte?
Com informações do: O Vício