Atenção: Este texto contém spoilers do episódio 4 da segunda temporada de The Last of Us.
O mais recente episódio de The Last of Us, exibido em 4 de maio de 2025, marca um retorno à essência que consagrou a primeira temporada, com momentos de profundidade narrativa e fidelidade aos jogos. No entanto, a série ainda tropeça ao lidar com um dos pilares da trama: o impacto emocional da morte de Joel. Confira uma análise do que funcionou, o que decepcionou e como a adaptação está moldando o universo da franquia.
Acertos: Aprofundando o Universo dos Jogos
Exploração de Isaac e a WLF: Um dos grandes trunfos do episódio é a introdução do passado de Isaac (Jeffrey Wright), líder da Frente de Libertação de Washington (WLF). Mostrar sua crueldade e o contexto da guerra contra os Serafitas adiciona camadas ao universo, explorando aspectos apenas sugeridos em The Last of Us Part II. Essa expansão narrativa é um exemplo do que a série faz de melhor: dar vida a detalhes que os jogos deixaram em segundo plano.
Cenários Fieis: As ruas de Seattle recriam com precisão os ambientes do jogo, com destaque para a loja de música, uma cena que emociona os fãs. Esse cuidado visual reforça a conexão com a obra original, respondendo às críticas de mudanças no episódio 3.
Relação entre Ellie e Dina: A dinâmica entre Ellie (Bella Ramsey) e Dina (Isabela Merced) ganha um ritmo mais lento e orgânico, permitindo um apego maior do público. Cenas como a perseguição no metrô de Seattle destacam a química das atrizes, transmitindo medo e vulnerabilidade de forma brilhante.
Falhas: O Tratamento da Morte de Joel
Apesar dos pontos altos, o episódio falha em transmitir o peso emocional da morte de Joel (Pedro Pascal), um evento central para a narrativa:
Ausência de Flashbacks: Diferentemente do jogo, a série não utiliza flashbacks para explorar o vínculo entre Ellie e Joel, o que dilui o sentimento de luto. Sem essas memórias, a motivação de Ellie por vingança parece superficial, como se a perda fosse um detalhe menor.
Tom Inconsistente: No Teatro Pinnacle, a adaptação de uma cena tensa do jogo — onde Ellie e Dina enfrentam infectados — perde força. No game, a quebra da máscara de Ellie e a revelação da gravidez de Dina são momentos carregados de trauma e seriedade. Na série, a inclusão de piadas leves, como “eu vou ser papai”, banaliza o contexto e ignora o impacto psicológico da morte de Joel.
Vingança Sem Emoção: A busca de Ellie e Dina por vingança contra os responsáveis pela morte de Joel não transmite o ódio e a dor que impulsionam a história no jogo. A série parece desconectar o público do ciclo de violência e luto, um tema central da narrativa original.
Momentos Memoráveis
Ação de Qualidade: O episódio entrega sequências eletrizantes, como a perseguição no metrô e a adaptação da torre de transmissão da WLF, que mantêm a tensão característica da franquia.
Revelações no Teatro: A cena em que Ellie é mordida e Dina, por precaução, aponta uma arma para ela cria um momento de alta tensão. A troca de segredos — Ellie revelando sua imunidade e Dina anunciando sua gravidez — culmina em uma conexão mais íntima entre as personagens, com uma química mais intensa que no jogo.
Reflexões e Expectativas
Após o criticado terceiro episódio, o quarto capítulo recupera a qualidade com uma mistura de ação, fidelidade visual e expansão do universo. Contudo, a incapacidade de transmitir o impacto duradouro da morte de Joel levanta preocupações sobre o rumo da temporada. Sem explorar o luto de Ellie e o ciclo de ódio que define The Last of Us Part II, a série corre o risco de enfraquecer sua narrativa emocional.
Os novos episódios de The Last of Us vão ao ar todos os domingos, às 22h (horário de Brasília), na HBO e na plataforma Max. O que achou do episódio? Acredita que a série conseguirá resgatar o peso emocional da história? Compartilhe sua opinião nas redes sociais!