O desastre do port para Switch 1

Com o lançamento do Nintendo Switch 2 iminente, uma das primeiras coisas que testamos foi a compatibilidade com versões anteriores. E o primeiro jogo escolhido foi Batman: Arkham Knight, descrito pela Digital Foundry como "o pior desempenho que já analisamos".

O port para Switch 1 era tão ruim que Oliver Mackenzie, da Digital Foundry, afirmou que mesmo 18 meses depois, continua sendo o pior desempenho que já revisou. Problemas de stuttering chegavam a 180ms, fazendo o jogo cair para menos de 20fps em certas situações - especialmente durante as seções com o Batmóvel.

Image credit: Rocksteady

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Como o Switch 2 resolve os problemas

A boa notícia? O Switch 2 conseguiu consertar praticamente todos esses problemas de desempenho. A nova versão do console usa uma camada de tradução para executar o código original, permitindo que o hardware mais potente "force" o jogo a rodar melhor.

  • Frame-rate agora fica travado em 30fps na maioria das situações

  • Stuttering praticamente eliminado

  • Mesmo áreas problemáticas como Novigrad em The Witcher 3 rodam melhor

É claro que algumas limitações gráficas permanecem - texturas de baixa qualidade e falta de anti-aliasing são problemas que só um remaster poderia resolver. Mas em termos de desempenho puro, a diferença é como noite e dia.

Limitações e perspectivas futuras

Nem tudo são flores: no modo portátil, os jogos do Switch 1 continuam sendo renderizados na resolução original de 720p e depois upscaled para 1080p, o que não resulta na melhor qualidade de imagem. Seria interessante ter a opção de forçar os jogos a rodarem no modo docked mesmo no portátil.

Outro ponto negativo: durante os testes, o jogo chegou a travar simplesmente por pausar o jogo no Switch 2. E nas cenas com o Batmóvel, embora o frame-rate esteja fixo, há problemas de animação que sugerem que nem tudo foi completamente resolvido.

Esses primeiros testes com Batman: Arkham Knight e The Witcher 3 mostram que a compatibilidade com versões anteriores no Switch 2 tem um potencial enorme para melhorar a experiência com jogos que sofriam no hardware original.

O impacto no ecossistema Switch

Essa melhoria na compatibilidade pode ter efeitos significativos no mercado de jogos usados e na biblioteca digital dos jogadores. Muitos títulos que foram evitados no Switch 1 por problemas de desempenho podem ganhar uma segunda vida no novo hardware. Imagine só: jogos como Mortal Kombat 11 ou Control Ultimate Edition, que também sofreram com limitações técnicas, podem se tornar jogáveis de verdade.

Comparativo de desempenho

Image credit: Rocksteady

Alguns desenvolvedores já estão considerando atualizações específicas para o Switch 2. A CD Projekt Red, por exemplo, poderia lançar um patch para The Witcher 3 que aproveitasse o hardware extra, mesmo sem um remaster completo. Seria uma vitória para os consumidores que investiram na versão original.

Questões técnicas por trás da melhoria

O que exatamente permite essa melhoria drástica? A arquitetura do Switch 2 mantém compatibilidade com o ARM, mas a nova GPU e CPU são significativamente mais potentes. A camada de tradução mencionada anteriormente funciona como uma ponte entre as instruções específicas do Switch 1 e o novo hardware.

  • O processador NVIDIA Tegra do Switch 2 tem cerca de 4x mais núcleos CUDA

  • A memória RAM dobrou, chegando a 12GB LPDDR5

  • O armazenamento NVMe reduz drasticamente os tempos de carregamento

Curiosamente, alguns jogos parecem se beneficiar mais do que outros. Títulos que sofriam principalmente com limitações de CPU - como Batman: Arkham Knight - mostram melhorias mais dramáticas do que jogos limitados por GPU. Isso explica por que alguns ports problemáticos podem continuar apresentando desafios.

Reação da comunidade e desenvolvedores

Nas redes sociais, a notícia foi recebida com entusiasmo moderado. Muitos jogadores expressaram alívio por finalmente poderem jogar títulos que compraram mas abandonaram devido ao desempenho ruim. Outros, porém, questionam se não seria melhor esperar por remasters completos.

Alguns desenvolvedores independentes já manifestaram interesse em testar seus jogos no novo hardware. Um representante da Panic Button, conhecida por seus ports para Switch, comentou que "a compatibilidade com versões anteriores abre possibilidades interessantes para atualizações pontuais".

Por outro lado, há preocupações sobre como isso afetará o desenvolvimento futuro. Será que os estúdios vão se esforçar menos para otimizar seus jogos para o Switch 1, sabendo que o Switch 2 pode compensar? Essa é uma discussão que provavelmente se intensificará nos próximos meses.

Com informações do: Eurogamer