Ryan Reynolds acredita que 'Star Wars' está pronto para conteúdo adulto

Depois de Andor, os fãs querem que Star Wars explore mais abordagens criativas e temáticas. E segundo Ryan Reynolds, um grande passo para a franquia seria explorar conteúdo classificado como R (restrito).
O pitch de Reynolds para um Star Wars adulto
Em um episódio recente do podcast The Box Office, o astro dos filmes Deadpool da Marvel revelou que já sugeriu essa ideia para a Disney: "Por que não fazemos um conteúdo de Star Wars com classificação R?" Ele descreve isso como uma sugestão genérica, não um projeto específico, mas destacou que não precisaria focar em "personagens principais" ou ser "vulgar. [Me refiro a] classificação R como um cavalo de Troia para emoção. Sempre me pergunto por que os estúdios não apostam em algo assim."
Importante destacar: Reynolds não está se propondo a estrelar esse projeto. Ele não se considera um bom fit para a franquia, mas estaria aberto a produzir ou escrever algo nesse estilo.
A história de Star Wars com conteúdo adulto
O ponto de Reynolds faz sentido - Star Wars sempre foi uma franquia familiar, tanto que seu primeiro filme PG-13 foi A Vingança dos Sith em 2005. Ao longo dos anos, a violência foi censurada após certo ponto nas telas, e a abordagem da sexualidade foi implícita e inconsistente - só recentemente explorou territórios mais explícitos com Andor e The Acolyte.
A questão não é se a franquia deveria explorar conteúdo adulto, mas se a Disney permitirá e como o público reagirá. Qualquer que seja a forma desse conteúdo, será amplamente discutido, para o bem ou para o mal.
[via The Hollywood Reporter]
O precedente de Andor e o futuro da franquia
A série Andor já provou que é possível contar histórias maduras dentro do universo Star Wars sem perder a essência da franquia. Com seu tom sombrio, diálogos complexos e representação crua da opressão imperial, a produção da Disney+ mostrou que há espaço para narrativas mais densas. Mas será que isso se traduziria bem em uma classificação R?
Tony Gilroy, showrunner da série, já mencionou em entrevistas que não havia restrições criativas por parte da Lucasfilm. "Eles nunca disseram 'não podemos mostrar isso' ou 'isso é demais'", revelou. Essa liberdade artística, porém, veio com a responsabilidade de manter a coerência com o universo estabelecido.
Como outros universos lidaram com a transição para conteúdo adulto
Não seria a primeira vez que uma franquia familiar explora territórios mais maduros. Os filmes do Batman, por exemplo, evoluíram de um tom camp nos anos 1960 para as interpretações sombrias de Christopher Nolan e Matt Reeves. Até mesmo o Universo Cinematográfico Marvel, que Reynolds conhece bem, experimentou com Logan e Deadpool - este último sendo justamente o projeto que provou ao mercado que filmes R-rated podem ser sucessos de bilheteria.
Mas Star Wars tem um desafio único: seu DNA é profundamente ligado à infância de gerações. Muitos fãs foram apresentados ao universo quando crianças, e existe um apego emocional à acessibilidade da franquia. Por outro lado, esses mesmos fãs agora são adultos - será que não há espaço para conteúdo que dialogue com essa audiência envelhecida?
Os riscos e oportunidades para a Disney
A estratégia atual da Disney com Star Wars parece focada em segmentação de público. Enquanto The Mandalorian e Ahsoka mantêm um tom mais familiar, Andor e partes de The Acolyte exploram temas mais complexos. Um filme ou série R-rated poderia ser o próximo passo nessa diversificação.
Porém, os executivos devem considerar vários fatores:
- O impacto na marca Star Wars como um todo
- A reação dos acionistas a um possível afastamento do público infantil
- O potencial de dividir a base de fãs
- O sucesso comercial de produções similares em outras franquias
Curiosamente, a própria Disney já experimentou com conteúdo mais adulto em outras propriedades - os filmes da Marvel na Netflix (Daredevil, Jessica Jones) tinham um tom visivelmente mais maduro que os do UCM. Mas com Star Wars, os riscos parecem maiores, dada a natureza sagrada da franquia para muitos fãs.
Talvez a solução esteja em projetos spin-off claramente demarcados como conteúdo para adultos, mantendo a linha principal acessível a todas as idades. Afinal, o universo é vasto o suficiente para abrigar múltiplas abordagens - desde contos de aventura espacial até dramas políticos densos e histórias de guerra cruéis.
Com informações do: gizmodo