Yasuke em Assassin's Creed Shadows: inclusão ou forçação de barra?

Gameplay de Assassin's Creed Shadows

A franquia Assassin's Creed sempre misturou ficção com personagens históricos, mas a escolha de Yasuke como protagonista em Shadows gerou debates acalorados. Este samurai africano realmente existiu no Japão do século XVI, servindo a Oda Nobunaga. Porém, muitos fãs questionaram se sua inclusão foi uma jogada política da Ubisoft.

Enquanto alguns celebraram a representatividade, outros acusaram a empresa de "lacração" e desvio do foco em figuras japonesas nativas. Curiosamente, essa não é a primeira vez que a franquia enfrenta resistência por suas escolhas narrativas.

A revolução RPG: acerto ou erro?

Cena de Assassin's Creed Origins

Com Origins, a Ubisoft deu uma guinada radical na fórmula da série. O stealth clássico deu lugar a elementos de RPG: níveis, loot, árvores de habilidades e combates mais complexos. Essa mudança dividiu a base de fãs:

  • Novos jogadores elogiaram a profundidade dos sistemas

  • Fãs antigos sentiram falta da essência assassina

  • O tamanho do mapa gerou críticas sobre conteúdo repetitivo

O Egito Antigo como cenário foi um ponto consensual de elogios, mas será que a franquia perdeu sua identidade nessa transição?

Unity: quando a ambição superou a execução

Problemas gráficos em Assassin's Creed Unity

Paris durante a Revolução Francesa parecia o cenário perfeito para um jogo da série. Unity prometia revolucionar a franquia com gráficos impressionantes e mecânicas refinadas. Na prática, porém, os jogadores encontraram:

  • Bugs visuais grotescos (como personagens sem rosto)

  • Problemas graves de desempenho

  • Animações quebradas

O lançamento desastroso levantou questões sobre os prazos apertados da Ubisoft. Muitos se perguntam: será que o jogo teria sido melhor recebido se tivesse mais tempo de desenvolvimento?

Microtransações: quando o negócio afeta a experiência

Menu de microtransações em Assassin's Creed

Odyssey e Valhalla introduziram sistemas de microtransações que incluíam desde itens cosméticos até aceleradores de XP. Embora opcionais, essas mecânicas geraram desconfiança:

  • Jogadores acusaram a Ubisoft de criar progressão artificialmente lenta

  • Itens exclusivos na loja virtual frustraram quem buscava completar coleções

  • A percepção de "pay-to-win" manchou a reputação da franquia

Em um mercado cada vez mais crítico a práticas monetárias agressivas, será que a Ubisoft encontrou o equilíbrio certo?

O dilema da cronologia: história real vs. ficção

A franquia sempre caminhou na corda bamba entre fatos históricos e elementos ficcionais. Em Assassin's Creed III, a representação dos nativos americanos gerou controvérsias. Enquanto a Ubisoft afirmava ter consultado especialistas, alguns grupos indígenas criticaram:

  • Simplificação excessiva de culturas complexas

  • Uso de estereótipos em alguns personagens

  • Falta de vozes indígenas no processo criativo

Já em Valhalla, a mistura de mitologia nórdica com eventos históricos levantou questões sobre até que ponto a franquia pode distorcer a história para fins narrativos. Será que existe um limite ético para essas liberdades criativas?

O eterno debate: protagonismo feminino

Desde Syndicate, a Ubisoft enfrenta críticas sobre sua abordagem aos personagens femininos. O caso mais emblemático foi Odyssey, onde os jogadores podiam escolher entre Alexios ou Kassandra - mas a mídia oficial priorizou o personagem masculino. O que começou como:

  • Uma tentativa de inclusão

  • Opção para agradar diferentes públicos

  • Possibilidade de escolha narrativa

Rapidamente se transformou em um debate sobre representatividade genuína versus marketing. Muitos fãs questionaram por que Kassandra não foi simplesmente a única protagonista, já que ela era considerada a opção "canônica" pelos desenvolvedores.

A saturação da fórmula anual

Entre 2009 e 2015, a Ubisoft manteve um ritmo quase anual de lançamentos. Black Flag foi um sucesso inesperado, mas Rogue e Unity mostraram os primeiros sinais de fadiga. Os problemas incluíam:

  • Mecânicas repetitivas entre os jogos

  • Pouca inovação entre as sequências

  • Sensação de "mais do mesmo" para os fãs

A pausa após Syndicate foi vista como necessária, mas será que a franquia conseguiu realmente se reinventar com a trilogia RPG, ou apenas trocou um padrão repetitivo por outro?

O futuro incerto da franquia

Com o anúncio de Shadows e o projeto Hexe, a Ubisoft parece querer agradar a todos: um jogo no estilo RPG e outro prometendo retornar às raízes stealth. Mas essa estratégia divide opiniões:

  • Alguns veem como adaptação necessária ao mercado

  • Outros temem uma identidade fragmentada

  • Há quem questione se a série precisa de tantos títulos simultâneos

O sucesso comercial continua, mas a cada novo lançamento, cresce a pergunta: até que ponto a Ubisoft pode esticar a fórmula antes de perder sua alma? A franquia que já reinventou os jogos históricos agora parece presa em seu próprio legado, tentando equilibrar inovação com expectativas dos fãs.

Com informações do: GameVicio