Onimusha 2: Samurai's Destiny retorna com visual renovado
Quase duas décadas após seu lançamento original, Onimusha 2: Samurai's Destiny ganha uma segunda vida com um remaster que promete trazer o clássico da Capcom para as plataformas modernas. O jogo, que estreou em 2002 para PS2, mantém sua essência mas recebeu diversos ajustes técnicos.

A história acompanha Jubei Yagyu, um samurai inspirado no ator Yusaku Matsuda, em sua jornada de vingança contra Nobunaga Oda - agora um senhor da guerra demoníaco. A narrativa mistura elementos históricos do século XVI com mitologia japonesa, criando uma atmosfera única que marcou a franquia.
O que mudou no remaster?
A Capcom implementou várias melhorias técnicas nesta versão:
Gráficos em HD com upscaling de qualidade
Suporte para 60 FPS e proporção 16:9 (ou 4:3 para os puristas)
Cutscenes remasterizadas
Sistema de salvamento automático
Opção para pular cenas cinemáticas
Uma das grandes novidades para o público brasileiro é a localização completa em português, incluindo menus e legendas - embora alguns problemas de sincronização possam ser notados.

Jogabilidade: O charme e os desafios de um clássico
Aqui está onde as coisas ficam interessantes. O remaster manteve praticamente intacta a jogabilidade original, o que significa:
Câmera fixa no estilo "tanque" - pode causar frustração em certos momentos
Combate baseado em timing com sistema de parry e contra-ataques
Exploração e puzzles no estilo Resident Evil
Sistema Issen para ataques poderosos com timing perfeito
Para quem nunca jogou, pode ser um choque lidar com os ângulos de câmera limitados, especialmente durante confrontos com chefes. O combate, embora satisfatório, parece simples comparado aos padrões atuais.

O jogo introduz um interessante sistema de relacionamento com NPCs, onde presentear aliados afeta a narrativa e desbloqueia conteúdo adicional. Há também o temido modo Hell, onde um único golpe pode significar game over - perfeito para quem busca desafio extremo.
Para quem este remaster é indicado?
Fãs da série certamente vão apreciar a oportunidade de revisitar este clássico com gráficos aprimorados e algumas comodidades modernas. Já os novatos podem achar alguns elementos datados, mas ainda assim encontrar uma experiência única que mistura ação, história e mitologia japonesa de forma cativante.
Vale mencionar que a dublagem em inglês continua sendo um ponto fraco - a versão japonesa, disponível nas opções, é claramente superior em qualidade e imersão.

Detalhes técnicos e performance nas plataformas atuais
A versão remasterizada de Onimusha 2 roda suavemente na maioria das plataformas modernas, mas há diferenças sutis entre elas. No PlayStation 5, o jogo mantém os 60 FPS sem problemas, enquanto no Nintendo Switch ocorrem quedas ocasionais em cenas mais movimentadas. Curiosamente, a versão para PC oferece a melhor experiência, com opções gráficas adicionais e suporte a resoluções ultrawide.
Os desenvolvedores fizeram um trabalho notável na remasterização das texturas, especialmente nos cenários e nos modelos dos personagens principais. No entanto, alguns elementos secundários - como certos objetos de cenário e inimigos menores - ainda exibem aquela "borrachização" típica dos jogos PS2 quando vistos de muito perto.
O sistema de presentes e suas ramificações na narrativa
Um dos aspectos mais peculiares de Onimusha 2 é seu sistema de relacionamento através de presentes. Diferente de muitos jogos modernos, essas interações têm consequências reais na história:
Presentear Ekei Ankokuji com itens valiosos pode fazer com que ele apareça para ajudar em batalhas difíceis
Magoichi Saika reage melhor a presentes relacionados a armas de fogo
Ohtori prefere itens femininos e joias, refletindo seu status social
Kotaro Fuma, o ninja, valoriza equipamentos de combate e itens de agilidade
O que poucos sabem é que certas combinações de presentes podem desbloquear finais alternativos e cenas especiais. Há até um final "secreto" que só é acessível maximizando o relacionamento com todos os NPCs principais - uma tarefa que requer múltiplas playthroughs e conhecimento preciso dos itens certos para cada personagem.
Comparação com outros remasters da franquia
Quem já jogou o remaster do primeiro Onimusha notará que a Capcom foi mais conservadora nas mudanças desta sequência. Enquanto o jogo original recebeu um controle analógico completo, Samurai's Destiny manteve o esquema de controle digital original - uma decisão que divide os fãs.
Visualmente, o salto de qualidade é similar entre os dois remasters, mas Onimusha 2 parte de uma base técnica superior, já que o jogo original tinha ambientes mais detalhados e uma paleta de cores mais variada. Os efeitos de iluminação, em particular, foram significativamente melhorados, dando nova vida às cenas noturnas e interiores sombrios.
Uma ausência notável é a falta de conteúdo adicional ou bônus - ao contrário do primeiro remaster, que incluía arte conceitual e making-of. Talvez a Capcom tenha considerado que o sistema de relacionamento já oferece conteúdo suficiente para múltiplas jogatinas.
O legado de Onimusha 2 na indústria dos jogos
Jogando esta versão remasterizada, fica claro como Onimusha 2 foi visionário em vários aspectos. O sistema de presentes antecipou mecânicas que só se popularizariam anos depois em franquias como Mass Effect e The Witcher. A mistura de história real com elementos sobrenaturais também influenciou títulos posteriores como Nioh e Sekiro.
O combate, embora simples à primeira vista, tem uma profundidade surpreendente quando se domina o timing dos Issen attacks. Esses golpes perfeitos, que instantaneamente derrotam inimigos comuns, exigem precisão milimétrica - uma mecânica que ecoa nos sistemas de parry de jogos soulslike modernos.
E não podemos esquecer a trilha sonora, que mescla instrumentos tradicionais japoneses com orquestrações épicas. As faixas remasterizadas soam incríveis em sistemas de som modernos, especialmente durante as batalhas contra chefes - cada um com seu tema musical distinto que reflete sua personalidade e origem.
Com informações do: Game Vicio