Star Wars: Criador de Andor revela bastidores de conversa recompensadora com George Lucas

Uma ligação que marcou a história de Star Wars

Tony Gilroy, o roteirista responsável por salvar Rogue One (2016) durante suas problemáticas refilmagens, revelou detalhes de uma conversa especial com ninguém menos que George Lucas. O criador da franquia, já aposentado na época, fez questão de ligar pessoalmente para elogiar o trabalho de Gilroy no filme que se tornou um dos mais aclamados da era Disney.

E não foi um simples "parabéns". A ligação durou impressionantes 45 minutos, com Lucas compartilhando análises detalhadas sobre as escolhas narrativas. "Foi como receber uma ligação do presidente", brincou Gilroy em entrevista ao Deadline.

O reconhecimento que levou a Andor

O sucesso de Rogue One não só agradou aos fãs e a Lucas, como abriu portas para Gilroy na Lucasfilm. A recompensa? Um verdadeiro "cheque em branco" para criar Andor, série que consumiu US$ 600 milhões em duas temporadas mas se consolidou como um dos melhores conteúdos já produzidos no universo Star Wars.

Interessante notar como o caminho de Gilroy na franquia começou quase por acidente. Chamado inicialmente apenas para ajudar nas refilmagens de Rogue One, seu trabalho foi tão transformador que:

  • Reestruturou completamente a narrativa do filme

  • Deu profundidade aos personagens secundários

  • Fortaleceru o tema do sacrifício que se tornou central

E enquanto os últimos episódios de Andor chegam ao Disney+, fica a pergunta: será que Lucas também acompanhou a série derivada? Gilroy não comentou, mas é difícil imaginar o criador da franquia resistindo a um conteúdo tão bem executado.

O legado de Lucas e a liberdade criativa

O que mais impressiona na história de Gilroy é como ele conseguiu capturar a essência do que Lucas sempre buscou em Star Wars: histórias sobre pessoas comuns em um universo extraordinário. Em uma franquia dominada por jedis e siths, Andor se destaca por mostrar a resistência através dos olhos de um espião que não tem poderes especiais - apenas convicção.

Curiosamente, essa abordagem tem raízes nos primeiros rascunhos de Lucas para o que viria a ser Star Wars. Em entrevistas antigas, o cineasta já mencionava que sua inspiração original eram documentários sobre a Segunda Guerra Mundial, não filmes de ficção científica. "Ele queria mostrar a guerra pelos olhos dos soldados comuns", revelou Gilroy em outro momento da entrevista.

O desafio de expandir o universo sem perder a essência

Criar conteúdo dentro de uma franquia estabelecida como Star Wars é um equilíbrio delicado. Por um lado, há expectativas dos fãs e um cânone estabelecido. Por outro, os criadores precisam de espaço para inovar. Andor conseguiu esse equilíbrio de forma magistral, e parte do crédito vai para a conversa com Lucas.

Durante os 45 minutos de ligação, Lucas teria destacado três elementos específicos de Rogue One que o impressionaram:

  • A construção do planeta Jedha como um local sagrado em ruínas

  • A cena final de Vader no corredor, que se tornou icônica

  • A química entre os personagens mesmo em um filme de guerra

Esses mesmos elementos aparecem em Andor, mas amplificados. A série dedica episódios inteiros para desenvolver locais como a prisão de Narkina 5 ou o planeta Ferrix, dando a eles personalidade própria. E enquanto Rogue One tinha cerca de duas horas para desenvolver seu elenco, Andor conta com 24 episódios para explorar nuances da resistência.

O que será que Lucas pensou ao ver essa expansão? Infelizmente, Gilroy não revelou se houve novas conversas sobre a série. Mas considerando o cuidado com que Andor lida com o legado da franquia, é tentador imaginar que o criador original aprovaria.

Com informações do: O Vício