Ninja Gaiden: Ragebound - Um retorno às origens com novos ares
Os fãs de jogos de ação clássicos têm um novo motivo para comemorar. Ninja Gaiden: Ragebound, desenvolvido pela mesma equipe por trás do aclamado Blasphemous, chega como uma experiência que mescla a nostalgia dos jogos 2D com elementos modernos. Mas será que consegue capturar a essência da franquia enquanto traz algo novo?

Image credit: The Game Kitchen
O que esperar do gameplay
O jogo se apresenta como um slash-'em-up em 2D, mantendo a essência frenética que consagrou a série. Os combates são rápidos e exigem precisão, com um sistema de movimentação fluido que lembra os clássicos da era 16-bit. No entanto, alguns elementos podem dividir opiniões:
Sistema de combate com combos variados
Dificuldade equilibrada, mas com picos ocasionais
Design de fases que alterna entre momentos brilhantes e trechos repetitivos

Image credit: The Game Kitchen
Curiosamente, os desenvolvedores trouxeram algumas mecânicas inspiradas em Blasphemous, como o sistema de punição por mortes e elementos de plataforma mais complexos. Será que essa mistura funciona? Na minha experiência, cria uma identidade própria, mas que pode não agradar aos puristas da franquia.
Arte e direção visual
O visual pixel art é impecável, com animações fluidas e um cuidado evidente nos detalhes. Os cenários variam entre ambientes urbanos sombrios e templos antigos, todos ricamente detalhados. A paleta de cores, porém, tende para tons mais escuros - uma escolha estilística que pode cansar após horas de jogo.

Image credit: The Game Kitchen
Os personagens principais têm designs marcantes, especialmente o protagonista Ryu Hayabusa, que ganhou uma reinterpretação visual interessante. Os inimigos, embora variados, seguem um padrão visual que lembra muito Blasphemous - o que não é necessariamente ruim, mas pode fazer alguns jogadores questionarem a originalidade.
Trilha sonora e atmosfera
A trilha sonora de Ninja Gaiden: Ragebound é um ponto alto que merece destaque. Combinando sintetizadores modernos com instrumentação tradicional japonesa, cria uma atmosfera única que oscila entre o cyberpunk e o feudal. Os temas de batalha são particularmente energéticos, com batidas eletrônicas que acompanham perfeitamente o ritmo frenético dos combates.

Image credit: The Game Kitchen
No entanto, alguns momentos de exploração sofrem com trilhas repetitivas - especialmente nas fases mais longas. É uma pena, pois quando a música acerta, eleva consideravelmente a experiência. A dublagem, por outro lado, é minimalista, com apenas alguns gritos e efeitos sonoros durante as cenas de ação. Uma escolha que pode desapontar fãs que esperavam cutscenes mais elaboradas.
Progressão e customização
Um dos aspectos mais interessantes de Ragebound é seu sistema de progressão não-linear. Diferente dos jogos clássicos da série, aqui você pode escolher entre diferentes caminhos após completar certas fases, criando uma sensação de liberdade que lembra títulos metroidvania.
Sistema de habilidades desbloqueáveis com XP
Armas secundárias que podem ser trocadas entre missões
Itens especiais que modificam o gameplay
Essa abordagem traz uma camada estratégica interessante, permitindo que jogadores adaptem seu estilo de jogo. Na minha última sessão, por exemplo, optei por focar em habilidades defensivas, o que mudou completamente minha abordagem nos chefes. Mas será que essa liberdade vem com um custo? Alguns podem sentir falta da estrutura mais rígida e desafiadora dos jogos originais.
Desafios e rejogabilidade
Os chefes de Ninja Gaiden: Ragebound são um capítulo à parte. Cada um apresenta mecânicas únicas que exigem aprendizado e adaptação - exatamente como deveria ser em um bom jogo de ação. O terceiro chefe em particular é uma obra-prima de design, com padrões de ataque que lembram jogos de bullet hell.
Após terminar a campanha principal, o jogo oferece modos adicionais como:
Modo Time Attack com rankings online
Desafios específicos de combate
Nova Game+ com inimigos reposicionados
Esses extras ajudam a prolongar a vida útil do jogo, especialmente para quem busca dominar todas as mecânicas. Ainda assim, sinto que poderia ter mais incentivos para rejogar, como skins alternativas ou desafios cooperativos. Afinal, qual é o sentido de ser um ninja lendário se não podemos mostrar nossas habilidades para os amigos?
Com informações do: PC Gamer