Netflix e Supercell unem forças para série animada de Clash of Clans

A Netflix, que já conquistou sucesso com adaptações de jogos como Arcane, The Witcher e Devil May Cry, agora está de olho no universo dos mobile games. A plataforma de streaming anunciou uma nova série animada baseada no fenômeno Clash of Clans, da Supercell.

Detalhes da produção e equipe criativa

Fletcher Moules, diretor dos vídeos animados de Clash of Clans, assumirá o papel de showrunner. O time de roteiro conta com Rob Weiner, conhecido por seu trabalho em Futurama, 30 Rock e Arrested Development. A animação ficará a cargo do ICON Creative Studio, responsável por Young Jedi Adventures e WondLa da Apple TV Plus.

A série, que está em pré-produção, seguirá a história de um bárbaro que precisa lidar com políticas absurdas enquanto reúne um grupo de desajustados para proteger sua vila da guerra. "Pense em batalhas épicas, bigodes impecáveis de bárbaro e o tipo de humor que nossos jogadores conhecem e amam", adiantou Curtis Lelash, chefe de cinema e TV da Supercell, em entrevista ao Tudum.

O fenômeno Clash of Clans

Desde seu lançamento em 2012, Clash of Clans e seu spin-off Clash Royale (2016) acumularam impressionantes números:

  • Mais de 4 bilhões de downloads

  • 180 bilhões de horas jogadas

  • Comunidade global de jogadores

"Os fãs pedem uma série de Clash há anos, e estamos extremamente animados em finalmente dizer: está acontecendo!", completou Lelash. A adaptação chega em um momento de expansão do catálogo de animações da Netflix, que tem investido pesado em conteúdo baseado em jogos eletrônicos.

Expectativas e desafios da adaptação

Adaptar um jogo como Clash of Clans, que tem uma narrativa mínima mas um visual marcante, apresenta desafios únicos. Como criar personagens memoráveis a partir de unidades genéricas como arqueiras ou gigantes? A equipe criativa parece ter encontrado uma solução interessante: focar no humor absurdo e na dinâmica de grupo, algo que já funcionou bem nos curtas animados do jogo.

"Queremos manter a essência do jogo - essa mistura de estratégia, caos e comédia - mas também expandir o mundo de formas que os jogadores nunca viram", explicou Moules em entrevista ao Polygon. A série promete explorar não apenas as batalhas, mas também o dia-a-dia excêntrico dos habitantes dessas vilas em constante guerra.

O crescente mercado de adaptações de games

Esta não é a primeira vez que a Netflix investe em conteúdo baseado em jogos móveis. A plataforma já produziu séries como The Dragon Prince (inspirado em elementos de RPG) e Dota: Dragon's Blood. Porém, Clash of Clans representa um desafio diferente por ser um título mais casual e menos narrativo.

Analistas apontam que este movimento faz parte de uma estratégia maior:

  • Capturar audiências além dos gamers hardcore

  • Leveragear propriedades intelectuais já consolidadas

  • Criar sinergias entre jogos e streaming (já que muitos assinantes da Netflix também jogam mobile)

"Há uma geração inteira que cresceu jogando Clash of Clans no recreio escolar. Agora esses jogadores estão na casa dos 20-30 anos e representam um público perfeito para conteúdo nostálgico", observa Maria Fernandez, analista de mídia do Variety.

O que sabemos sobre o estilo visual

Embora detalhes específicos sobre a animação ainda sejam escassos, os materiais divulgados sugerem uma estética que mescla:

  • O design icônico dos personagens do jogo

  • Elementos exagerados de física e ação (como nos curtas já existentes)

  • Um toque mais cinematográfico nas cenas de batalha

Curiosamente, a equipe optou por não seguir o visual ultra-realista de Arcane, preferindo algo mais próximo do humor físico de Os Simpsons ou Futurama - o que faz sentido considerando o histórico dos roteiristas envolvidos.

"Estamos brincando com a linguagem visual dos jogos móveis - essas cores vibrantes, essas animações exageradas - mas dando profundidade emocional aos personagens", revelou o diretor de arte em um painel na Annecy Festival.

Com informações do: Polygon