Mark Hamill acredita que Star Wars deve seguir em frente sem Luke Skywalker

O ator que interpretou Luke Skywalker por décadas acha que a franquia deve priorizar novos personagens e histórias.

O legado de Luke Skywalker

Desde o primeiro Star Wars em 1977, Mark Hamill tem sido uma presença constante na franquia, ao lado de seus colegas da trilogia original Carrie Fisher e Harrison Ford. De contemplar os sóis gêmeos de Tatooine a enfrentar a Primeira Ordem, os fãs acompanharam sua jornada como Luke Skywalker em diversas aparições, a maioria em live-action. Mas agora, Hamill acredita que é hora de seguir em frente.

O momento de despedida

Em entrevista recente ao ComicBook para promover seu novo filme Life of Chuck, o ator expressou gratidão a George Lucas por "me permitir fazer parte disso nos humildes dias em que ele chamava o filme de 'o filme de baixo orçamento mais caro já feito'. Nós nunca esperávamos que se tornasse uma franquia permanente e parte da cultura pop assim. Mas meu acordo é: eu tive meu momento." (E com Luke morto desde O Último Jedi, ele não tem interesse em voltar como um fantasma da Força sem roupa.)

Hamill defende que os responsáveis por Star Wars devem "focar no futuro e em todos os novos personagens". Ele não está errado, mas o timing é curioso, considerando como a franquia tem dependido de personagens clássicos desde O Despertar da Força, quase uma década atrás. (O próprio Hamill participou dessas complicações!)

O futuro da franquia

O modelo de sequências com personagens clássicos e novos foi praticamente inventado por O Despertar da Força e copiado por franquias como Scream, Jurassic Park, Marvel (em várias ocasiões) e até Karate Kid. Mas o que seria o futuro senão uma revisitação do passado?

Veremos como Star Wars lidará com esse futuro no filme da Rey pós-Ascensão Skywalker e em Starfighter, previsto para 2027.

O desafio da renovação

Embora a posição de Hamill seja compreensível, ela coloca um desafio interessante para a Lucasfilm. Como equilibrar a nostalgia que os fãs mais antigos esperam com a necessidade de trazer sangue novo para a galáxia muito, muito distante? Afinal, não foi exatamente essa mistura que tornou The Mandalorian um sucesso - com sua combinação de novos personagens e aparições estratégicas de figuras icônicas?

Curiosamente, Hamill já havia dito em 2020 ao Empire que estava "pronto para passar o sabre de luz" para a próxima geração. Mas será que o público está igualmente preparado? A recepção morna a alguns dos projetos mais recentes sugere que talvez a franquia precise encontrar um equilíbrio mais delicado entre o velho e o novo.

O paradoxo da nostalgia

Há um paradoxo interessante em jogo aqui. Por um lado, os estúdios sabem que personagens como Luke Skywalker são garantia de atenção imediata - basta ver o frenesi causado por sua aparição em The Mandalorian. Por outro, como Hamill aponta, essa dependência excessiva do passado pode sufocar a criatividade e impedir que novos personagens conquistem seu próprio espaço.

E não é como se Star Wars não tivesse tentado inovar antes. Projetos como Rogue One e Solo tentaram contar histórias diferentes, com resultados mistos. Até mesmo a controversa trilogia sequela, que Hamill ajudou a protagonizar, foi uma tentativa ambiciosa (se não totalmente bem-sucedida) de passar o bastão para uma nova geração.

Talvez o caminho esteja em produções como Andor, que conseguiu criar uma narrativa madura e original dentro do universo Star Wars, sem depender excessivamente de cameos ou referências ao material clássico. Ou em apostas ousadas como o filme de James Mangold, que promete explorar as origens da Força milhares de anos antes dos eventos que conhecemos.

O peso do legado

Hamill carrega uma relação complexa com seu personagem mais famoso. Em diversas entrevistas ao longo dos anos, ele expressou tanto amor por Luke Skywalker quanto frustração com algumas das escolhas criativas feitas para o personagem - particularmente em O Último Jedi. Essa ambivalência talvez explique sua posição atual: depois de décadas vivendo sob a sombra do Cavaleiro Jedi, ele parece genuinamente pronto para deixar o personagem descansar.

Mas será que a indústria do entretenimento, cada vez mais obcecada por propriedades intelectuais conhecidas, está disposta a abrir mão de um ícone como Luke Skywalker? Afinal, como demonstram franquias como Indiana Jones e Matrix, Hollywood parece relutante em deixar personagens clássicos realmente se aposentarem - mesmo quando os próprios atores já deram seu adeus.

Enquanto isso, os fãs continuam divididos. Alguns aplaudem a postura de Hamill, argumentando que Star Wars precisa urgentemente de novas vozes e perspectivas. Outros temem que, sem os pilares da trilogia original, a franquia possa perder parte de sua alma. E há ainda aqueles que simplesmente não conseguem imaginar Star Wars sem Luke Skywalker de alguma forma - mesmo que seja através de deepfakes ou recriações digitais, como já vimos acontecer com outros personagens.

Com informações do: gizmodo