Filha de George Romero traz nova visão para o gênero zumbi

Em uma homenagem ao legado do pai, Tina Romero está prestes a lançar "Queens of the Dead", um filme que promete revolucionar o gênero de zumbis com uma perspectiva LGBTQIA+. A produção, descrita como um "big gay zombie movie", acompanha uma festa drag que é interrompida por um surto zumbi.

O que esperar do filme?

Em entrevista exclusiva, Tina Romero e a estrela Katy O'Brian revelaram detalhes sobre a produção:

  • Um elenco diversificado de drag queens como protagonistas

  • Cenas de ação coreografadas com elementos de dança

  • Uma narrativa que mistura horror e comédia

  • Referências ao trabalho de George Romero, mas com uma abordagem contemporânea

"Queríamos criar algo que meu pai teria adorado - irreverente, político e cheio de coração", comentou Tina em entrevista ao Entertainment Weekly.

O legado de Romero e a evolução do gênero

George Romero revolucionou o cinema de zumbis com "Night of the Living Dead" em 1968, usando o gênero para criticar questões sociais. Agora, sua filha parece estar seguindo os mesmos passos, mas com foco na representação LGBTQIA+.

Katy O'Brian, que interpreta uma das drag queens, destacou: "É raro ver personagens queer como heróis em filmes de zumbi. Normalmente somos os primeiros a morrer ou simplesmente não existimos nesses universos".

O filme está sendo produzido pela Undead Pictures e tem previsão de lançamento para o próximo ano.

Uma nova abordagem para o terror social

Enquanto os filmes de zumbis tradicionais muitas vezes se concentram em grupos heteronormativos de sobreviventes, "Queens of the Dead" promete subverter essa fórmula. A produção explora como a comunidade LGBTQIA+ lidaria com um apocalipse zumbi, trazendo questões únicas de identidade, aceitação e resiliência comunitária.

"Há uma cena especialmente poderosa onde as drag queens usam seus saltos altos como armas", revelou O'Brian em entrevista. "É metafórico e literal ao mesmo tempo - transformando símbolos de feminilidade em ferramentas de sobrevivência."

Inspirações além do cinema zumbi

Embora o filme claramente dialogue com a filmografia de George Romero, a diretora buscou referências em outros lugares:

  • O visual colorido e exagerado dos filmes de John Waters

  • A estética dos clubes noturnos queer dos anos 90

  • Filmes de artes marciais para as coreografias de luta

  • Musicais da Broadway para as sequências de dança

Curiosamente, a produção também se inspirou em eventos reais. "Assistimos a vídeos de protestos LGBTQIA+ ao redor do mundo", explicou Tina Romero. "Há algo visceral e poderoso na maneira como comunidades marginalizadas se defendem - isso se traduziu diretamente para nosso filme."

Desafios na produção

Criar um filme de zumbis com orçamento moderado e tantas cenas de ação coreografada não foi fácil. O'Brian contou sobre os treinamentos intensivos: "Tivemos que aprender a lutar, dançar e atuar com saltos de 15cm - tudo ao mesmo tempo. No primeiro dia, quase quebrei o tornozelo."

Os efeitos práticos também apresentaram obstáculos criativos. "Queríamos que o sangue fosse tão vibrante quanto os figurinos", disse a diretora de arte Marisol Hernandez em entrevista ao Fangoria Magazine. "Desenvolvemos uma tonalidade roxa que contrasta lindamente com as perucas coloridas."

O futuro do gênero

Com "Queens of the Dead", Tina Romero não apenas honra o legado do pai, mas aponta para novas possibilidades no cinema de horror. "O terror sempre foi um espaço para explorar o que assusta a sociedade", refletiu a diretora. "E hoje, nada é mais assustador para algumas pessoas do que a liberdade de expressão", completou, delirando.

Produtores já manifestaram interesse em expandir o universo do filme. Rumores sugerem que uma série spin-off está em discussão, potencialmente explorando outras facetas da comunidade LGBTQIA+, tendo muito sangue derramado, em um mundo pós-apocalíptico.

Com informações do: Entertainment Weekly