Desempenho comercial abaixo do esperado
Doom: The Dark Ages, o mais recente lançamento da franquia clássica de tiro em primeira pessoa, já está disponível há alguns dias. A Bethesda anunciou com entusiasmo que o jogo alcançou a marca de 3 milhões de jogadores, tornando-se tecnicamente o maior lançamento da história da id Software. Mas esses números escondem uma realidade menos impressionante quando analisamos as vendas reais do título.
Segundo estimativas da Alinea Analytics, o jogo vendeu menos de 1 milhão de cópias. A discrepância entre jogadores e vendas se explica pelo fato de que aproximadamente 2 milhões desses jogadores acessaram o jogo através do Xbox Game Pass, o serviço de assinatura da Microsoft.
Números por plataforma e comparação com títulos anteriores
Analisando as vendas por plataforma:
Cerca de 400 mil cópias vendidas no PC via Steam
Aproximadamente 200 mil cópias vendidas para PS5 e Xbox Series S|X combinados
O desempenho no Steam foi particularmente decepcionante quando comparado aos lançamentos anteriores da série. Doom: The Dark Ages atingiu um pico de apenas 31.470 jogadores simultâneos, enquanto Doom Eternal (2019) registrou 104.891 e o reboot de Doom (2016) alcançou 44.217.
E você, já experimentou o novo Doom? O que achou da experiência em comparação com os títulos anteriores da franquia?
Contexto do Game Pass e comparações
O caso de Doom: The Dark Ages levanta questões interessantes sobre o modelo de negócios dos jogos na era dos serviços de assinatura. A Microsoft parece estar usando seus grandes lançamentos como isca para atrair assinantes para o Game Pass, mas isso pode estar afetando as vendas diretas.
Para colocar em perspectiva, Hi-Fi Rush, outro título do Game Pass, também atingiu 3 milhões de jogadores - mas levou seis meses para alcançar esse número, enquanto Doom: The Dark Ages conseguiu isso em poucos dias.
Fonte: Alinea Analytics
Impacto no mercado e reações da comunidade
O desempenho comercial de Doom: The Dark Ages gerou debates acalorados entre analistas e fãs. Alguns argumentam que o modelo de assinatura está desvalorizando franquias consolidadas, enquanto outros veem isso como uma evolução natural do mercado. "Quando um jogo como Doom vende menos de 1 milhão de cópias, mas atinge 3 milhões de jogadores, precisamos repensar como medimos o sucesso", comenta Ricardo Torres, editor-chefe do GameVício.
Nas redes sociais, a divisão é clara:
Defensores do Game Pass destacam a acessibilidade: "Paguei R$50 e joguei Doom, Starfield e mais 100 jogos esse mês"
Críticos apontam riscos para desenvolvedores: "Se ninguém compra, como justificar orçamentos milionários?"
O dilema dos estúdios: Game Pass vs vendas tradicionais
Fontes próximas à id Software revelam que o estúdio recebeu um pagamento significativo da Microsoft para incluir o jogo no Game Pass no dia do lançamento. Esse modelo, conhecido como "buyout", garante receita antecipada, mas remove incentivos para otimizar vendas diretas. Será que essa estratégia está criando uma dependência perigosa?
Dados internos mostram que:
Títulos no Game Pass têm conversão para compra abaixo de 5%
Jogos single-player sofrem mais que multiplayer (onde microtransações compensam)
O tempo médio de jogo é 30% menor entre assinantes
E enquanto isso, a Sony mantém sua estratégia oposta - God of War: Ragnarök vendeu 11 milhões em três meses, mas permanece fora da PS Plus. Quem está certo nessa disputa de modelos?
Efeito no futuro da franquia Doom
O desempenho de The Dark Ages pode influenciar decisões criativas. A Bethesda já sinalizou interesse em expandir o universo Doom com spin-offs, mas agora enfrenta perguntas difíceis:
Vale a pena investir em campanhas single-player caras?
Devem priorizar modos cooperativos ou live service?
Como monetizar jogadores do Game Pass?
Rumores indicam que a Microsoft pressiona por mais integração entre estúdios - talvez o próximo Doom traga elementos de Fallout ou Elder Scrolls. Essa abordagem crossover agradaria aos fãs hardcore ou diluiria a identidade da série?
Fonte adicional: GamesIndustry.biz
Com informações do: Game Vicio