Mudanças no gameplay dividem opiniões dos fãs

O lançamento de DOOM: The Dark Ages trouxe uma nova direção para a franquia clássica da id Software, mas nem todos os jogadores estão satisfeitos com as mudanças. A principal crítica? O jogo parece ter sido desenvolvido prioritariamente para controles de console, deixando de lado parte da essência veloz que caracterizava os títulos anteriores - especialmente aqueles que preferem jogar com teclado e mouse.

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O que dizem os especialistas

O PC Gamer foi um dos primeiros a apontar essa mudança de direção, afirmando que "DOOM: The Dark Ages parece primeiro um jogo de console e depois um jogo de PC". A análise destaca como o gameplay se tornou mais lento e horizontal, o que limita significativamente a experiência para quem está acostumado à precisão do teclado e mouse.

Um trecho da análise merece destaque:

"Acho que a id exagerou na simplificação — talvez inspirada principalmente pelo fato de The Dark Ages ser um produto do Game Pass —, mas a beleza de a id tornar esses FPSs tão diferentes uns dos outros é que cada um está destinado a ter seus defensores fiéis por muitos anos."

Os detalhes que revelam a mudança

Não são apenas as mecânicas de jogo que mostram essa orientação para controles. Até pequenos detalhes na interface:

  • Necessidade de pressionar a barra de espaço para confirmar nos menus

  • Teclas Q e E para navegação lateral em vez do mouse

  • Sistema de rolagem adaptado para direcionais analógicos

Como um usuário comentou: "Dá para perceber que foi feito pensando primeiro nos botões do console". Alguns chegam a questionar se o jogo não deveria ter sido lançado como um novo Quake, mantendo DOOM fiel à sua essência original.

E você, o que acha dessa nova direção? Será que a id Software está certa em adaptar a franquia para um público mais amplo de consoles, ou isso representa um afastamento perigoso do que fez DOOM ser tão especial para os fãs de PC?

Comparação com os jogos anteriores

Para entender melhor a polêmica, vale comparar DOOM: The Dark Ages com seus predecessores. DOOM (2016) e DOOM Eternal eram elogiados justamente por oferecerem uma experiência frenética e vertical, onde a precisão do mouse fazia toda diferença. Movimentos como o dash aéreo e o meathook do Super Shotgun incentivavam jogadores de PC a dominar movimentos complexos e rápidos.

Já em The Dark Ages, há uma clara redução na velocidade geral e na ênfase na mira precisa. O combate agora parece mais focado em posicionamento estratégico e uso de cobertura — elementos tradicionalmente associados a jogos de console. Um desenvolvedor anônimo da indústria comentou em fórum: "É como se tivessem pegado a fórmula de Gears of War e colocado uma skin de DOOM por cima".

O dilema do Game Pass

Muitos especulam que essa mudança de direção está diretamente ligada à estratégia da Microsoft com o Game Pass. Como parte do catálogo no lançamento, The Dark Ages precisa atrair o maior número possível de assinantes — a maioria jogando em Xbox. Um analista do GamesIndustry.biz argumenta:

"Títulos do Game Pass estão cada vez mais sendo desenvolvidos com o 'jogador casual' em mente. A precisão milimétrica do mouse é menos importante do que a acessibilidade imediata com um controle no sofá."

Isso levanta questões interessantes: até que ponto serviços de assinatura estão moldando o design de jogos que antes eram feitos pensando primeiro na experiência hardcore? E será que essa abordagem mais "universal" pode acabar diluindo identidades de franquias consolidadas?

Modding pode salvar a experiência no PC?

Uma esperança para os fãs de PC está na tradição de modding da franquia DOOM. Já circulam rumores de que a comunidade está trabalhando em ajustes para:

  • Restaurar a aceleração de mouse clássica

  • Adicionar opções de FOV mais amplas

  • Criar atalhos de teclado personalizados para menus

Um modder conhecido como "Nightmare" postou em seu blog: "Estamos revertendo algumas dessas decisões de design. Não vai ser igual ao Eternal, mas pelo menos vai parar de parecer um port mal-feito de console." Resta saber se a id Software vai apoiar ou dificultar esses esforços da comunidade.

Enquanto isso, alguns jogadores estão experimentando configurações incomuns para tentar recuperar a sensação clássica, como:

  • Jogar com controle giroscópico no PC para ter precisão similar ao mouse

  • Usar macros para simular movimentos mais complexos

  • Ajustar a sensibilidade do mouse em níveis extremamente altos

Será que essas soluções caseiras serão suficientes para satisfazer os fãs mais antigos? Ou a divisão entre as plataformas já criou uma fratura irreconciliável na comunidade DOOM?

Com informações do: Game Vicio