Alex Garland, diretor do filme de Elden Ring, compartilha suas experiências com o jogo
O cineasta Alex Garland, conhecido por filmes como Ex Machina e Aniquilação, está mergulhado no universo de Elden Ring não apenas como diretor da adaptação cinematográfica, mas também como jogador dedicado. Em entrevista recente, ele revelou detalhes interessantes sobre sua experiência com o aclamado jogo da FromSoftware.
Alex Garland
Malenia: O desafio que persiste mesmo na sétima jogatina
Garland não é nenhum novato quando o assunto é Elden Ring. O diretor está atualmente em sua sétima jornada pelo Interregno (NG+++), e mesmo com personagem poderoso e equipamentos avançados, há um chefe que continua sendo seu maior obstáculo: Malenia, Lâmina de Miquella.
"É a Malenia que é difícil", explicou Garland. "Já estou na minha sétima jogatina desse jogo. Subi de nível, tenho bastante força, uma espada legal e coisas assim, e simplesmente fico me jogando contra eles, de novo, e de novo, e de novo, e de novo."
"Essa foi a técnica que aprendi com Dark Souls", continuou. "Não é que você fique melhor, é mais como macacos digitando em máquinas de escrever. Você só continua tentando, e eventualmente, um dia, eles morrem."
Essa abordagem persistente - que muitos jogadores de Soulslike reconhecerão - mostra como Garland realmente entende a filosofia de design desses jogos. A dificuldade não está lá para ser superada com habilidade pura, mas com determinação e aprendizado contínuo.
Radahn: O chefe "fácil" que divide opiniões
Enquanto Malenia representa o ápice do desafio para Garland, ele teve uma experiência completamente diferente com Starscourge Radahn, um dos chefes mais icônicos e queridos pela comunidade.
"O Radahn é bem fácil", afirmou Garland. "Achei o Radahn relativamente fácil, porque, enquanto você ativa as pessoas que podem te ajudar na luta, elas ficam lá brigando com ele, tiram, sei lá, metade da vida dele, e você só finaliza. A chave é ativar aqueles pequenos sinais de invocação espalhados pela arena."
Essa perspectiva é interessante porque vai contra a experiência de muitos jogadores, especialmente aqueles que enfrentaram Radahn antes dos nerfs iniciais. A estratégia de Garland - focar nas invocações de NPCs - revela como diferentes abordagens podem transformar completamente a dificuldade de um encontro.
O filme de Elden Ring, produzido pela A24 com envolvimento de George R.R. Martin, promete trazer essa rica mitologia para as telas. Com Garland na direção - alguém que claramente compreende profundamente o jogo - os fãs podem esperar uma adaptação que respeite a essência da obra original.
Fonte: IGN
A filosofia de dificuldade que une cinema e jogos
O que chama atenção nas declarações de Garland é como sua abordagem aos jogos da FromSoftware reflete sua visão como cineasta. Em filmes como Ex Machina, ele frequentemente coloca o público em situações desconfortáveis, exigindo atenção e interpretação ativa - não muito diferente da forma como Elden Ring trata seus jogadores.
"Há uma beleza na frustração controlada", refletiu Garland em outro momento da entrevista. "Quando você finalmente supera Malenia após 50 tentativas, a vitória tem um gosto diferente. É como resolver um quebra-cabeça complexo ou entender o final ambíguo de um bom filme."
As diferentes camadas de dificuldade em Elden Ring
Analisando mais profundamente as observações de Garland, fica claro que Elden Ring oferece múltiplas camadas de desafio:
Desafio mecânico: Padrões de ataque complexos e tempo de reação exigente (como em Malenia)
Desafio estratégico: Encontrar a abordagem certa para cada situação (como usar invocações contra Radahn)
Desafio de persistência: A vontade de continuar tentando após repetidas derrotas
Curiosamente, Garland mencionou que sua experiência como diretor o ajuda a apreciar a "encenação" das batalhas de chefes. "Cada encontro em Elden Ring é coreografado como uma cena de ação", ele observou. "Há um ritmo, uma progressão dramática. Malenia não é apenas difícil - ela é teatral em sua ferocidade."
O que isso significa para a adaptação cinematográfica?
A paixão de Garland por Elden Ring levanta questões interessantes sobre como ele traduzirá a essência do jogo para o cinema:
Como representar a solidão e descoberta do Interregno?
Quais elementos da jogabilidade podem inspirar a narrativa fílmica?
Será que veremos sequências de ação com a mesma intensidade rítmica das batalhas do jogo?
Garland deu algumas pistas ao falar sobre sua visão para o projeto: "Não quero fazer apenas uma adaptação literal. O que me interessa é capturar aquela sensação de exploração e descoberta, o peso da história não dita, a arquitetura que conta histórias."
Essa perspectiva alinha-se com os temas recorrentes em sua filmografia - a inteligência artificial em Ex Machina, o desconhecido em Aniquilação - sugerindo que o filme de Elden Ring pode ser mais do que uma simples transposição de enredo.
A comunidade divide opiniões sobre as declarações de Garland
Nas redes sociais, os comentários do diretor sobre Radahn geraram debates acalorados entre os fãs:
Alguns concordam que o uso estratégico de invocações realmente facilita a batalha
Outros argumentam que enfrentar Radahn "como manda o figurino" (sem ajuda) permanece um dos desafios mais brutais do jogo
Há ainda quem aponte que a experiência varia drasticamente dependendo do build do personagem
Um usuário do Reddit comentou: "É fascinante ver como o Garland joga. Ele aborda Elden Ring como um diretor - percebe os 'atores' (NPCs) como elementos narrativos que podem ser usados estrategicamente."
Enquanto isso, a discussão sobre Malenia continua sendo uma das mais polarizadas na comunidade. Alguns jogadores relatam ter derrotado a Lâmina de Miquella em poucas tentativas, enquanto outros - como Garland - acumulam dezenas (ou centenas) de mortes antes da vitória.
Com informações do: Game Vicio
