Projeto de live-action de 'Akira' na Warner Bros é cancelado
A Warner Bros perdeu os direitos de produção do aguardado live-action de Akira, conforme confirmado pelo site Deadline. Os direitos agora retornaram à editora Kodansha, dona da obra original. O projeto, que estava em desenvolvimento há anos, enfrentava dificuldades criativas e disputas sobre a abordagem da adaptação.
Os desafios de adaptar um clássico
O anime de 1988, dirigido por Katsuhiro Ôtomo e baseado em seu próprio mangá, é considerado uma obra-prima da ficção científica cyberpunk. A história segue Kaneda e Tetsuo, membros de uma gangue de motociclistas em Neo-Tóquio, quando experimentos psíquicos do governo saem do controle.
Adaptar Akira sempre foi considerado um desafio complexo. A Warner Bros chegou a considerar diversos diretores e abordagens, desde uma versão fiel até releituras ambientadas nos EUA. Mas será que alguma adaptação poderia capturar a essência visual e temática do original?
O que isso significa para o futuro da franquia
Com os direitos de volta à Kodansha, novas possibilidades se abrem:
Potencial para uma nova parceria com outro estúdio
Maior controle criativo da editora sobre futuras adaptações
Possibilidade de focar em séries animadas em vez de live-action
Fãs do mangá e anime agora especulam sobre o que virá a seguir. Enquanto alguns lamentam a perda da oportunidade de ver Neo-Tóquio em live-action, outros acreditam que talvez seja melhor deixar o clássico como está.
Para mais informações sobre o anime original, visite o site oficial.
O longo caminho das adaptações ocidentais
A história das tentativas de adaptar Akira para o público ocidental é quase tão complexa quanto a trama do próprio mangá. Antes da Warner Bros, a Sony Pictures também havia adquirido os direitos em 2002, com planos de ambientar a história em 'Neo-Manhattan'. O projeto foi abandonado após protestos dos fãs e dificuldades no roteiro.
Em 2011, a Warner Bros assumiu o projeto com grandes ambições. Nomes como Christopher Nolan e George Miller chegaram a ser cotados para produzir ou dirigir. Taika Waititi (Thor: Ragnarok) foi oficialmente anunciado como diretor em 2019, mas deixou o projeto para focar em Thor: Love and Thunder.
O dilema da localização
Um dos maiores debates sobre a adaptação sempre foi a questão geográfica. Enquanto alguns defendiam manter a ambientação japonesa com um elenco asiático, outros argumentavam que uma transposição para os EUA faria mais sentido comercialmente. Mas como equilibrar autenticidade e apelo de mercado?
Rumores indicam que os últimos rascunhos do roteiro na Warner Bros tentavam um meio-termo - uma Neo-Tóquio futurista, mas com elementos ocidentais. Essa abordagem híbrida pode ter sido um dos fatores que levaram ao impasse criativo.
O que os fãs esperam
Nas comunidades online, as reações à notícia são mistas:
Alguns comemoram, temendo que uma adaptação ocidental pudesse 'hollywoodizar' demais a obra
Outros expressam frustração, já que o live-action poderia introduzir Akira a novas gerações
Há quem sugira que uma série animada, possivelmente na Netflix ou HBO Max, seria o formato ideal
Curiosamente, o próprio Katsuhiro Ôtomo já expressou ceticismo sobre adaptações live-action no passado. Em entrevista à Anime News Network, ele brincou que 'talvez devêssemos esperar até que a tecnologia de efeitos especiais possa realmente recriar Neo-Tóquio sem parecer ridículo'.
O legado que desafia o tempo
Mais de três décadas após seu lançamento, Akira continua influenciando a cultura pop global. Desde referências em Stranger Things até inspiração para músicos como Kanye West, a obra transcendeu seu formato original. Talvez esse seja justamente o problema - como adaptar algo que já se tornou tão maior que um simples filme ou mangá?
Enquanto isso, a Kodansha mantém silêncio sobre seus planos para a propriedade intelectual. Especula-se que a editora possa estar considerando uma abordagem diferente, talvez uma continuação animada diretamente supervisionada por Ôtomo. Afinal, com o recente sucesso de Ghost in the Shell: SAC_2045, o mercado parece receptivo a revivals de clássicos cyberpunk.
Com informações do: DEADLINE