O arco mais fraco de One Piece

Anime - One Piece

One Piece é uma obra que conquistou milhões de fãs ao redor do mundo, mas mesmo uma série tão aclamada tem seus pontos baixos. O arco da Ilha dos Homens-Peixe, que marca o retorno dos Chapéus de Palha após o timeskip, é frequentemente citado como um dos mais fracos da série. E isso é especialmente frustrante porque ele aborda temas importantes como racismo, opressão e escravidão.

O que realmente prejudica esse arco? Para muitos fãs, o problema está no vilão principal, Hody Jones. Ele simplesmente não tem o mesmo impacto que outros antagonistas da série. Sua motivação é rasa e ele não consegue carregar o peso temático que o arco tenta explorar.

Arlong Park: Um vilão que marcou época

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Lembra-se de Arlong? O tirano que aterrorizou a Vila Cocoyashi e fez Nami sofrer? Esse foi um vilão que realmente deixou sua marca. Sua crueldade tinha propósito, sua força era intimidante, e sua derrota foi uma das mais satisfatórias do East Blue.

Imagine se, em vez de Hody, tivéssemos Arlong como principal antagonista no arco da Ilha dos Homens-Peixe. Seria uma reviravolta poética:

  • Mostraria o crescimento dos Chapéus de Palha ao derrotarem novamente um antigo inimigo

  • Daria continuidade aos temas de opressão com um vilão já estabelecido

  • Criaria um conflito pessoal para Nami e Jinbe

O ciclo de ódio e suas diferentes faces

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O que torna Arlong mais interessante que Hody é como cada um lida com o ódio. Enquanto Hody é pura fúria irracional, Arlong tinha camadas. Ele realmente acreditava na superioridade dos homens-peixe, mas ainda assim demonstrava cuidado por sua tripulação.

Essa complexidade teria enriquecido imensamente o arco. Poderíamos ter visto:

  • Um contraste mais nítido entre as abordagens de Arlong e Jinbe

  • Um vilão com quem o público já tem uma conexão emocional

  • Uma conclusão mais satisfatória para os temas do arco

Vilões que retornam: Uma tradição em One Piece

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Eiichiro Oda já nos mostrou que sabe trazer vilões de volta de maneiras incríveis. Crocodile em Marineford, Buggy se tornando um Yonkou, Bon Clay em Impel Down... Todos esses retornos foram memoráveis.

Então por que não Arlong? Ele tinha tudo para ser um desses retornos épicos:

  • Conexão direta com a Ilha dos Homens-Peixe

  • História pessoal com Nami e Jinbe

  • Potencial para mostrar o crescimento de Luffy e sua tripulação

Embora a oportunidade tenha sido perdida, ainda há esperança. One Piece é uma série longa, e quem sabe? Talvez Arlong ainda possa fazer seu grande retorno em algum momento futuro.

O impacto emocional que faltou

Comparando os dois arcos, fica claro que a Ilha dos Homens-Peixe perdeu uma oportunidade de replicar o impacto emocional de Arlong Park. Quando Nami esfaqueou seu próprio braço em desespero, ou quando Luffy colocou o chapéu de palha em sua cabeça, esses foram momentos que definiram a série. Hody Jones nunca conseguiu criar momentos assim.

Imagine se, durante o conflito na Ilha dos Homens-Peixe, Arlong testemunhasse como Nami se tornou uma navegadora confiante e respeitada. Ou se ele visse Jinbe, seu antigo companheiro, agora aliado aos humanos. Esses confrontos teriam um peso emocional que as interações com Hody simplesmente não tinham.

O problema da escalada de poder

Outro aspecto problemático do arco foi a forma como Hody adquiriu força. Enquanto Arlong era naturalmente poderoso como um homem-peixe, Hody dependia de esteroides para se equiparar a Luffy pós-timeskip. Isso criou uma desconexão - por que precisamos de um vilão artificialmente fortalecido quando poderíamos ter um antagonista orgânico como Arlong?

Além disso, a derrota de Hody não teve o mesmo significado. Quando Luffy derrotou Arlong, foi um marco no crescimento dos Chapéus de Palha. Já contra Hody, parecia apenas mais uma luta rotineira, apesar das altas apostas temáticas.

O que outros vilões poderiam ter trazido

E se, em vez de criar um novo vilão, Oda tivesse trazido outros antagonistas já estabelecidos? Imagine Kuro ou Don Krieg adaptados ao Novo Mundo. Ou até mesmo Wapol, que mais tarde mostrou ter seu próprio desenvolvimento. Esses vilões já tinham histórias com os Chapéus de Palha que poderiam ter sido expandidas de maneiras interessantes.

Especificamente para o contexto da Ilha dos Homens-Peixe, alguns vilões poderiam ter funcionado melhor:

  • Kuro com sua inteligência estratégica explorando as divisões raciais

  • Don Krieg representando a ganância humana pelos recursos do fundo do mar

  • Até mesmo Buggy, que poderia ter tentado explorar a situação para seu benefício

O papel dos personagens secundários

Outro ponto que diferencia os dois arcos é como os personagens secundários foram utilizados. Em Arlong Park, Genzo e Nojiko tiveram papéis cruciais no desenvolvimento de Nami. Já na Ilha dos Homens-Peixe, muitos personagens como os príncipes ou os cidadãos pareciam mais figurantes do que personagens com profundidade.

Com um vilão mais carismático como Arlong, esses personagens poderiam ter tido interações mais significativas. Imagine Shirahoshi confrontando diretamente Arlong sobre suas ações, ou os príncipes tendo que lidar com o legado de um tirano que já governou suas águas.

O timing narrativo

O arco da Ilha dos Homens-Peixe veio logo após o timeskip, quando os fãs estavam ansiosos para ver o novo poder dos Chapéus de Palha. Ter um vilão fraco como Hody nesse momento crucial foi especialmente decepcionante. Em contraste, Arlong foi um marco no crescimento inicial da tripulação.

Se o arco tivesse um antagonista mais forte e estabelecido, poderia ter servido como um teste mais significativo para as novas habilidades da tripulação. Em vez disso, muitos fãs sentiram que Luffy e seus amigos estavam segurando seu verdadeiro poder contra Hody.

Com informações do: AnimeNew