Epic atualiza anti-cheat para notebooks com Snapdragon X
A Epic Games anunciou uma atualização crucial para o Easy Anti-Cheat (EAC), tornando-o compatível com Windows em arquitetura Arm. Isso significa que jogos populares como Fortnite finalmente poderão rodar sem restrições em notebooks equipados com processadores Snapdragon X. Uma vitória para os jogadores que preferem a mobilidade desses dispositivos.
O EAC é essencial para manter a integridade de jogos multiplayer como Apex Legends, PUBG e Elden Ring, detectando trapaças e garantindo partidas justas. Até então, essa proteção impedia que os jogos funcionassem em laptops baseados em chips Arm - uma limitação frustrante para muitos.
O que muda para desenvolvedores e jogadores
A atualização foi incluída na nova versão do Epic Online Services SDK, dando aos desenvolvedores ferramentas para implementar a compatibilidade em seus jogos. Isso abre as portas para usuários de Copilot+ PCs com Snapdragon X e Windows 11. A mudança se soma a outras melhorias recentes, como o Windows 11 24H2 que removeu bloqueios de compatibilidade com o Easy Anti-Cheat.
Segundo a Epic, o objetivo é oferecer "experiências multiplayer seguras em dispositivos Windows 11 baseados em Arm". O suporte será implementado gradualmente, com Fortnite entre os primeiros a receber a novidade, coincidindo com o lançamento oficial do game no Windows on Arm.
O potencial dos Snapdragon X para jogos
A Qualcomm destacou que essa mudança traz um dos jogos mais populares do mundo para notebooks com Snapdragon X, atendendo a uma demanda crescente. O novo Snapdragon X2 Elite, por exemplo, promete desempenho superior e pode equipar dispositivos com até 64 GB de RAM - um salto significativo para a experiência de jogo.
Mas nem tudo são flores. A implementação prática ainda depende dos estúdios de desenvolvimento. Enquanto a Epic já confirmou suporte para Fortnite, outros jogos precisarão ser atualizados individualmente. Uma corrida contra o tempo que pode determinar o sucesso desses notebooks no mercado gamer.
Os laptops Arm já demonstraram capacidade para rodar títulos pesados como Baldur's Gate 3 em 4K, mas a incompatibilidade com sistemas anti-cheat era um obstáculo significativo. Para jogos menos exigentes como Fortnite, essa limitação era especialmente frustrante, já que o hardware não era o problema.
Desafios técnicos e oportunidades
A transição para arquitetura Arm no Windows não é simples. Muitos jogos foram desenvolvidos para x86, exigindo emulação que pode impactar desempenho. A Qualcomm afirma que seu Snapdragon X Elite supera essa barreira com eficiência energética superior, mas desenvolvedores precisarão otimizar seus códigos para tirar proveito total do hardware.
Curiosamente, essa atualização do EAC pode beneficiar até mesmo jogadores em outras plataformas. A arquitetura Arm é dominante em smartphones, e soluções como o Fortnite Mobile poderiam se tornar mais consistentes com a versão PC. Imagine partidas crossplay onde todos os dispositivos usam a mesma arquitetura básica - isso poderia reduzir discrepâncias técnicas.
O ecossistema em evolução
Esta não é a primeira vez que a Epic adapta seus sistemas para novas arquiteturas. Quando a Apple transitou para chips M1, o Easy Anti-Cheat precisou de ajustes similares. Essa experiência prévia provavelmente acelerou o processo para os Snapdragon X, mostrando como a indústria está se adaptando a um mundo com múltiplas arquiteturas de processador.
Outros componentes do ecossistema também estão evoluindo. A Microsoft melhorou significativamente o subsistema de emulação x64 no Windows 11 para Arm, enquanto a Nvidia e a AMD trabalham em drivers Arm para suas GPUs. Esses avanços paralelos criam um terreno fértil para notebooks gaming baseados em Arm - algo impensável há poucos anos.
Mas será que os jogadores estão prontos para abraçar essa mudança? Muitos ainda associam Arm a dispositivos móveis com capacidades limitadas. Educar o público sobre as capacidades reais desses novos chips será crucial. A Qualcomm já começou esse trabalho, mostrando benchmarks impressionantes em jogos como Control e Red Dead Redemption 2.
O futuro dos jogos em notebooks Arm
Analistas preveem que 2025 pode ser o ano de inflexão para notebooks gaming Arm. Com baterias que duram o dia todo e desempenho competitivo, eles oferecem uma proposta única para jogadores que também precisam de produtividade. O sucesso dependerá de três fatores críticos: suporte contínuo da Epic e outros desenvolvedores, preços competitivos e uma biblioteca de jogos robusta.
Alguns estúdios independentes já estão na vanguarda. Jogos como Hades II e Palworld, construídos com engines modernas como Unreal Engine 5, podem se beneficiar especialmente dessas otimizações. A Epic, por sua vez, tem interesse estratégico nessa transição - quanto mais plataformas rodarem Fortnite, melhor para seus negócios.
Enquanto isso, a Intel e a AMD não estão paradas. Ambas prometem respostas aos Snapdragon X, com chips x86 que combinam eficiência energética e desempenho bruto. Essa competição acirrada só beneficia os consumidores, que terão opções variadas para diferentes necessidades e orçamentos.
Com informações do: Adrenaline