Ator conhecido por interpretar o xerife Cletus Hogg em 'Os Gatões' faleceu inesperadamente
Rick Hurst, o ator que marcou gerações como o divertido xerife Cletus Hogg na série clássica Os Gatões (The Dukes of Hazzard), faleceu aos 79 anos. A notícia foi confirmada por sua esposa, Candace Kaniecki, ao site TMZ. O falecimento ocorreu na última quinta-feira em Los Angeles, mas a causa da morte não foi divulgada.

Rick Hurst, John Schneider, Catherine Bach, Ben Jones e Tom Wopat em ‘Os 3 Duques ou Os Gatões’ (1979-’85)
Uma carreira marcante na televisão e no cinema
Além do papel icônico em Os Gatões, Hurst teve participações memoráveis em outras produções. Quem não se lembra dele no filme Magnólias de Aço (1989), ao lado de estrelas como Sally Field e Julia Roberts? Sua versatilidade como ator permitiu que transitasse entre comédias e dramas com maestria.
Ben Jones, seu colega de elenco em Os Gatões (onde interpretava Cooter Davenport), já se manifestou sobre a perda. "Rick era um profissional incrível e um amigo ainda melhor", declarou em entrevista. A química entre os atores era tão boa na tela que muitos fãs acreditavam que fossem amigos na vida real.
O legado de um ator versátil
Antes de se tornar o xerife atrapalhado que todos amavam, Hurst já tinha uma carreira consolidada. Seu currículo incluía:
Participações em seriados clássicos como Gomer Pyle, U.S.M.C. e The Andy Griffith Show
Papéis em filmes cult como The Love Bug (1968)
Trabalhos como dublador em animações
O que muitos não sabem é que, por trás das câmeras, Hurst era um ávido colecionador de carros antigos - paixão que, ironicamente, contrastava com seu personagem que sempre perseguia a dupla Duke em seu Dodge Charger laranja.
Os bastidores de 'Os Gatões' e a química com o elenco
Nos sets de filmagem de Os Gatões, Rick Hurst era conhecido por trazer um clima leve e descontraído. Segundo relatos de colegas de elenco, ele tinha o hábito de improvisar falas engraçadas durante as cenas - muitas delas acabaram sendo incorporadas ao roteiro final. John Schneider (Bo Duke) lembra em entrevistas como Hurst transformava cenas rotineiras em momentos memoráveis: "Ele tinha esse timing cômico perfeito que fazia até as tomadas mais simples virarem ouro".
Curiosamente, a relação entre Hurst e Sorrell Booke (que interpretava o corrupto Boss Hogg) era completamente diferente fora das câmeras. Enquanto na série seus personagens tinham uma dinâmica de cumplicidade, os atores mantinham discussões filosóficas acaloradas durante as pausas. "Rick adorava debater política e religião, mas sempre com respeito e bom humor", revela Catherine Bach (Daisy Duke) em entrevista ao TV Guide.
Além da fama: o lado humano de Rick Hurst
Longe dos holofotes, Hurst dedicava tempo significativo a causas sociais. Desde os anos 1980, ele apoiava organizações que ajudavam crianças carentes através da arte - paixão que poucos fãs conheciam. "Ele doava anonimamente para programas de teatro em escolas públicas", conta sua esposa. "Acreditava que a arte poderia mudar vidas, assim como havia mudado a dele".
Essa generosidade se estendia aos fãs. Diferente de muitos atores que evitavam convenções nos anos 1990, Hurst adorava participar de eventos de nostalgia. "Ele lembrava o nome de fãs que conheceu décadas antes", relata um organizador de convenções. "E sempre fazia questão de tirar fotos extras quando via que alguém estava nervoso".
Os projetos pouco conhecidos e as paixões pessoais
Nos anos 2000, quando muitos atores de sua geração já haviam se aposentado, Hurst continuou trabalhando em projetos independentes. Seu último papel foi em um curta-metragem experimental sobre envelhecimento, filmado apenas dois anos atrás. "Ele nunca perdeu aquela centelha criativa", comenta o diretor Michael Johnson. "Mesmo aos 77 anos, chegava ao set com mais energia que atores décadas mais jovens".
Além da coleção de carros antigos - que incluía um modelo similar ao General Lee, seu "inimigo" na série -, Hurst cultivava outras paixões incomuns:
Tinha uma coleção impressionante de rádios antigos, alguns datando da década de 1930
Escrevia poesia desde a adolescência, embora raramente compartilhasse seus trabalhos
Era um cozinheiro amador especializado em pratos do sul dos EUA
Esses detalhes pintam o retrato de um homem muito mais complexo que o personagem que o tornou famoso. Como observou certa vez o crítico de televisão Alan Sepinwall: "Rick Hurst tinha o dom raro de fazer a comédia parecer fácil, o que só os grandes atores conseguem".
Com informações do: DEADLINE