Uma premissa promissora que não decola
Quando um anime promete trazer a história de um nobre à beira da ruína que decide dominar a magia, esperamos pelo menos algum nível de originalidade ou desenvolvimento interessante. Infelizmente, 'I'm a Noble on the Brink of Ruin, So I Might as Well Try Mastering Magic' falha em entregar qualquer coisa que se destaque no saturado gênero de fantasia.
Logo nos primeiros episódios, fica claro que a série não tem ambição de inovar. O protagonista segue o arquétipo do jovem nobre caído em desgraça - um personagem que já vimos inúmeras vezes em outras produções. E pior: sem qualquer traço de personalidade que o torne memorável.
Problemas estruturais na narrativa
O que mais chama atenção negativamente é a completa ausência de tensão narrativa. Mesmo nas cenas que deveriam ser de perigo ou conflito, tudo parece resolvido antes mesmo de começar. Os desafios que o protagonista enfrenta são superados com facilidade desconcertante, sem qualquer esforço aparente ou crescimento do personagem.
Progressão de poder sem mérito ou dificuldade
Vilões unidimensionais e previsíveis
Mundo construído de forma superficial
E o que dizer do sistema de magia? Prometia ser o ponto alto da série, mas acaba sendo apenas um conjunto de regras mal explicadas que servem apenas para justificar as conveniências do roteiro. Não há consistência nem lógica interna que dê peso às habilidades dos personagens.

Produção técnica medíocre
Se o roteiro já é fraco, a animação não ajuda a salvar a experiência. As cenas de ação são estáticas, com movimentos limitados e pouca fluidez. Os designs dos personagens são genéricos, dificultando até mesmo diferenciá-los visualmente em algumas cenas.
Até a trilha sonora parece ter sido escolhida no piloto automático - músicas que não marcam nem se conectam emocionalmente com o que está acontecendo na tela. É como se cada elemento da produção tivesse sido feito sem qualquer entusiasmo ou cuidado.
Personagens esquecíveis e relações forçadas
Os problemas de construção de mundo e narrativa se estendem aos personagens secundários, que parecem ter sido criados apenas para preencher cenas. A suposta 'equipe' do protagonista é composta por arquétipos vazios - a guerreira tsundere, o mago sábio (mas não tão sábio assim) e o mascote fofo que só existe para vender merchandise.
O que deveria ser o núcleo emocional da série - a relação do protagonista com sua família em declínio - é tratado com superficialidade irritante. Em um episódio, ele parece profundamente afetado pela ruína de sua casa nobre; no seguinte, age como se nada tivesse acontecido. Essa inconsistência emocional torna impossível criar empatia pelo personagem.
O desperdício do potencial inicial
O que mais frustra nesta série é que havia elementos para uma história interessante. A premissa de um nobre usando magia não por nobreza, mas por pura necessidade de sobrevivência, poderia render conflitos morais interessantes. Em vez disso, o protagonista age como um herói genérico desde o primeiro episódio, sem qualquer nuance ou complexidade.
Cenas que poderiam explorar a crise econômica da família são reduzidas a piadas
O sistema de classes sociais é mencionado, mas nunca impacta a história
Decisões que deveriam ter peso moral são resolvidas com soluções mágicas convenientes
Até mesmo o título promete algo que a série não entrega - em nenhum momento sentimos que o protagonista está 'à beira da ruína'. Suas dificuldades financeiras são resolvidas com facilidade quase insultuosa, muitas vezes graças a coincidências narrativas que beiram o absurdo.
Comparações inevitáveis (e desfavoráveis)
É impossível assistir esta série sem pensar em Overlord ou That Time I Got Reincarnated as a Slime, que lidam com temas similares de forma infinitamente mais competente. Enquanto essas séries constroem mundos ricos e personagens com motivações claras, 'I'm a Noble...' parece contente em seguir o fluxo mais básico possível.
O que talvez seja mais revelador: após assistir vários episódios, é difícil lembrar qualquer momento verdadeiramente marcante. As cenas se misturam em uma névoa de clichês e oportunidades perdidas, deixando a impressão de tempo desperdiçado.
Com informações do: Anime News Network