Diretor mergulha no universo do jogo para filme da A24
Alex Garland, conhecido por filmes como Guerra Civil e Ex Machina, está se preparando intensamente para dirigir a adaptação cinematográfica de Elden Ring - e seu método de preparação está chamando atenção. O cineasta revelou ao IGN que está jogando o aclamado título da FromSoftware pela sétima vez consecutiva.
"Não vou te contar nada sobre o filme," disse Garland, mantendo um ar de mistério sobre o projeto. Mas sua dedicação ao jogo fala por si só. O que poderia ser apenas diversão transformou-se em uma imersão profissional no universo que ele precisará traduzir para as telas.
Desafios e estratégias do diretor-jogador
Garland não está apenas passando pelo jogo - ele está dominando seus mecanismos. "Para mim, Radahn foi muito fácil," compartilhou, revelando que aprendeu a usar os sinais ao redor do chefe e a ajuda dos personagens NPCs para facilitar a batalha.
Mas nem tudo são flores nas Terras Intermédias virtuais. "Malenia é a mais difícil, com certeza," admitiu. "Nesse momento, estou jogando pela sétima vez. Meu personagem está em um nível muito alto, consegui as coisas legais, espadas e tudo mais. Eu apenas vou tentando de novo, de novo, e de novo."
Essa persistência parece ser uma lição que Garland trouxe de sua experiência com a série Dark Souls: "É uma técnica que aprendi com Dark Souls. Não é uma questão de ficar melhor. Você apenas continua indo e, eventualmente, um dia, eles (chefes) estão mortos."
Elenco e expectativas
Enquanto Garland se aprofunda no jogo, os rumores sobre o elenco começam a se concretizar. Kit Connor, estrela de Heartstopper e Rocketman, está em negociações para o papel principal. Seria a segunda colaboração entre ator e diretor, após Tempo de Guerra.
A escolha de Connor gerou curiosidade entre os fãs - qual personagem do vasto universo de Elden Ring ele interpretaria? Considerando a natureza não-linear do jogo, muitas possibilidades estão em aberto.
O desafio de adaptar Elden Ring
Adaptar Elden Ring para o cinema não será tarefa fácil. O jogo é conhecido por:
Seu mundo aberto vasto e interconectado
Narrativa ambiental e fragmentada
Combate desafiador e recompensador
Diversidade de cenários e criaturas
Como Garland pretende capturar a essência dessa experiência em um formato linear? A resposta pode estar justamente em suas múltiplas jogatinas - cada playthrough revela novas camadas da história e diferentes abordagens para os desafios.
Vale lembrar que Elden Ring foi desenvolvido pela FromSoftware (responsável por Dark Souls, Sekiro e Bloodborne) sob a liderança de Hidetaka Miyazaki, com contribuições narrativas de George R.R. Martin, criador de Game of Thrones.
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A abordagem única de Garland para a adaptação
O que diferencia Garland de outros diretores que adaptam jogos é sua abordagem quase acadêmica. Ele não está apenas jogando Elden Ring - está dissecando sua estrutura narrativa, estudando seus personagens enigmáticos e absorvendo a atmosfera única que fez do jogo um fenômeno cultural. "Há uma poesia na violência deste mundo," comentou em entrevista ao The Guardian. "E uma melancolia profunda que ressoa mesmo após desligar o console."
Fontes próximas à produção revelam que Garland mantém um "diário de bordo" detalhado durante suas sessões de jogo, anotando:
Reações emocionais a momentos-chave da narrativa
Padrões de comportamento dos chefes e inimigos
Transições entre regiões e como a paisagem conta histórias
Detalhes de design que poderiam ser traduzidos para o cinema
O paradoxo da adaptação: fidelidade vs. criatividade
Adaptar um jogo como Elden Ring apresenta um desafio único: como manter a essência de uma experiência profundamente interativa em um meio passivo como o cinema? Garland parece ciente desse dilema. "Não se trata de recriar cena por cena," explicou. "É sobre capturar a sensação de descoberta, aquela mistura de admiração e terror ao explorar as Terras Intermédias."
Especialistas em adaptações cinematográficas apontam que Garland pode optar por uma abordagem não-linear, inspirada na estrutura do jogo. "Elden Ring permite que jogadores criem suas próprias narrativas," observa Maria Fernandez, crítica de jogos da Polygon. "Uma adaptação literal seria impossível - mas uma que abrace essa multiplicidade de experiências poderia funcionar."
O legado das adaptações de jogos e o caminho à frente
O histórico de adaptações de jogos para o cinema é... complicado. Enquanto The Last of Us mostrou que é possível ter sucesso, filmes como Assassin's Creed e Warcraft deixaram muitos fãs decepcionados. O que Garland pode aprender com esses exemplos?
Curiosamente, Elden Ring pode ter vantagens únicas nesse aspecto. Sua narrativa fragmentada e aberta à interpretação oferece mais liberdade criativa do que jogos com histórias lineares bem definidas. "É quase como adaptar um poema épico," compara David Chen, do podcast Filmsack. "Há espaço para Garland imprimir sua visão artística sem trair o material original."
Rumores sugerem que o roteiro pode incorporar elementos de múltiplos finais do jogo, criando uma experiência que seja ao mesmo tempo familiar e surpreendente para os fãs. Outra possibilidade é a inclusão de personagens originalmente opcionais como figuras centrais na narrativa cinematográfica.
Tecnologia e produção: construindo as Terras Intermédias
Além dos desafios narrativos, a produção enfrenta obstáculos técnicos consideráveis. Como trazer para a vida real:
Criaturas grotescas como os Servos da Morte
Cenários grandiosos como a Academia de Raya Lucaria
Efeitos mágicos complexos
Sequências de combate fluidas e realistas
A A24, conhecida por seus orçamentos moderados, terá que equilibrar ambição artística com realidade financeira. Felizmente, a parceria com a produtora DNA Films (responsável por 28 Dias Depois) traz experiência em criar mundos ricos com recursos limitados.
Detalhes de pré-produção indicam que o filme usará uma mistura de:
Práticos efeitos físicos sempre que possível
CGI minimalista para elementos sobrenaturais
Locais reais na Islândia e Escócia para exteriores
Técnicas inovadoras de iluminação para recriar a atmosfera única do jogo
O designer de produção Mark Digby, que trabalhou com Garland em Ex Machina, está desenvolvendo conceitos visuais que respeitam o jogo enquanto introduzem novas interpretações. "Queremos que os fãs reconheçam cada detalhe," disse em entrevista, "mas também queremos surpreendê-los."
Com informações do: O Vício