Warner Bros. perde direitos de AKIRA e projeto de Taika Waititi é encerrado
Fãs de Akira podem comemorar: a Warner Bros. perdeu os direitos de adaptação do mangá clássico, encerrando definitivamente o projeto que seria dirigido por Taika Waititi. A informação, confirmada por fontes próximas ao estúdio, marca o fim de uma longa jornada de tentativas de levar a obra de Katsuhiro Otomo para as telas do cinema.
O turbulento histórico de adaptações de Akira
Desde que adquiriu os direitos em 2002, a Warner Bros. enfrentou dificuldades para concretizar a adaptação. Antes de Waititi, diretores como Jaume Collet-Serra (A Orfã) e Jordan Peele (Corra!) estiveram envolvidos no projeto. A produção chegou a considerar atores como Keanu Reeves e Garrett Hedlund para o papel de Kaneda.
O que tornava essa adaptação tão complicada? A complexidade da obra original, considerada revolucionária por sua narrativa cyberpunk e temas filosóficos, sempre representou um desafio para os estúdios ocidentais. Muitos fãs temiam que uma versão live-action pudesse simplificar excessivamente o material fonte.
O que acontece agora com os direitos?
Com a reversão dos direitos para a editora japonesa Kodansha, surgem novas possibilidades:
Uma nova tentativa de adaptação por um estúdio diferente
Potencial para uma produção japonesa com maior fidelidade ao material original
Possibilidade de foco em novas animações ou sequências do universo de Akira
Enquanto isso, Taika Waititi segue com outros projetos, incluindo a continuação de Thor: Love and Thunder e a série Our Flag Means Death. A Warner Bros., por sua vez, deve concentrar esforços em suas franquias estabelecidas, como Harry Potter e o Universo DC.
Reações dos fãs e especialistas à notícia
A comunidade de fãs de Akira recebeu a notícia com sentimentos mistos. Enquanto muitos comemoram o fim de uma adaptação que consideravam arriscada, outros expressam frustração por mais uma tentativa fracassada. "Parte de mim queria ver o que Taika Waititi faria com esse universo, mas outra parte temia que seu estilo humorístico não combinasse com o tom sombrio de Akira", comentou um usuário no Reddit.
Especialistas em adaptações de mangás também pesaram na discussão. Hiroshi Yamamoto, crítico cultural japonês, destacou: "O problema nunca foi a falta de talento dos diretores envolvidos, mas sim a dificuldade em capturar a essência de uma obra tão profundamente enraizada na cultura japonesa dos anos 80". Ele aponta que questões como a representação de Tóquio pós-apocalíptica e a complexa relação entre Kaneda e Tetsuo seriam particularmente desafiadoras para cineastas ocidentais.
O legado duradouro de Akira na cultura pop
Mesmo sem a adaptação live-action, a influência de Akira continua visível em diversas produções. Desde referências em Stranger Things até inspirações para filmes como Inception e The Matrix, o mangá e o anime original deixaram marcas indeléveis. A icônica moto de Kaneda, por exemplo, já foi homenageada em tudo, desde videogames até desfiles de moda.
Curiosamente, o fracasso da Warner em produzir a adaptação pode ter protegido o legado da obra. "Às vezes, não fazer um filme é melhor do que fazer um filme ruim", reflete Maria Chen, curadora de um museu de arte pop em Tóquio. Ela lembra que o próprio Katsuhiro Otomo sempre foi cauteloso com adaptações, tendo supervisionado pessoalmente o anime de 1988 para garantir sua qualidade.
O que podemos esperar da Kodansha?
Com os direitos de volta às mãos da editora original, surgem especulações sobre os próximos passos. A Kodansha poderia:
Priorizar uma nova animação que expanda o universo criado por Otomo
Lançar uma série limitada em parceria com um estúdio de streaming
Investir em remasterizações do material original para novas gerações
Explorar projetos transmidiáticos que integrem games e realidade virtual
Vale lembrar que a indústria de entretenimento japonesa tem mostrado crescente interesse em readaptar seus clássicos. O sucesso recente de Demon Slayer e Attack on Titan provou que há mercado global para animações fiéis aos mangás originais. Será que Akira seguirá esse caminho?
Enquanto isso, os fãs mais nostálgicos podem se consolar com o relançamento da edição especial do mangá em capa dura, prevista para o próximo ano. E para quem nunca leu a obra original, talvez essa seja a oportunidade perfeita para experimentar Akira em sua forma mais pura - sem interferências de Hollywood.
Com informações do: Comicbookmovie